Agricultura urbana: conheça moradores de Brusque que plantam parte dos alimentos que consomem

Em busca de sustentabilidade e segurança alimentar, cada vez mais pessoas apostam nesse tipo de cultivo

Agricultura urbana: conheça moradores de Brusque que plantam parte dos alimentos que consomem

Em busca de sustentabilidade e segurança alimentar, cada vez mais pessoas apostam nesse tipo de cultivo

Em tempos de crescente preocupação com a origem dos alimentos e a sustentabilidade do planeta, uma tendência está ganhando força nos bairros de Brusque: a agricultura urbana.

Além dos benefícios para a saúde, as hortas domésticas também contribuem para a preservação do meio ambiente. Entretanto, ter uma horta em casa não é tão simples quanto parece. Requer planejamento, dedicação e conhecimento sobre o cultivo de diferentes espécies de plantas.

Muitas pessoas têm buscado cursos de jardinagem e agricultura orgânica para adquirir as habilidades necessárias e maximizar seus resultados. Conheça nesta reportagem a história de três brusquenses que decidiram investir nesse estilo de vida.

Variedade na plantação

Osni Groh é morador do bairro Rio Branco e possui 65 anos. Dono de uma horta de dar inveja, o brusquense conta que sempre ‘mexeu na terra’ e que tudo virou uma paixão. Atualmente, o terreno que Osni planta mede praticamente o mesmo tamanho que um campo de futebol.

“É lindo de ver, mas dá trabalho. É a dedicação de uma vida o que eu faço. Colho para consumo próprio e para doar para os amigos e família, é tudo por prazer. Porém, o terreno está em área de risco de alagamento, ou seja, planto sabendo do risco”, relata.

Otávio Timm/O Município

Além de alho-poró, beterraba e alface, o brusquense também cultiva: mangarito, cará-do-ar, açafrão-da-terra, rabanete, repolho roxo, alho comum, tomate, brócolis, couve-flor, berinjela, cebola de cabeça, batatinha, feijão preto e vermelho, cenoura, cebola roxa e café. “Faço algumas conservas também, ficam maravilhosas”, comenta Osni.

Otávio Timm/O Município

Entre as frutas é possível listar a laranja champagne, abacaxi, tangerina dekopon, laranja seleta, pokan, laranja açúcar, laranja lima e lima-da-pérsia.

“Ainda tenho um espaço no terreno e nele quero plantar árvores e frutas nativas como as bacupari, araçá, ameixa, ingá, carambola e abacate”, complementa.

Otávio Timm/O Município
Otávio Timm/O Município
Otávio Timm/O Município
Otávio Timm/O Município

Décadas de dedicação

Paulo Demarche é uma celebridade em Brusque. Dono de um verdadeiro paraíso no bairro Santa Rita, o brusquense se diz apaixonado pela natureza.

Otávio Timm/O Município

Além de um mini sítio com luzes e decoração única, Paulo esconde uma horta completa na sua casa. Com diversas folhas, hortaliças e verduras, o jardineiro de profissão adora presentear os amigos com o que planta.

“Essa horta faz parte de mim há 60 anos, é o esforço de uma vida. A pessoa que não gosta de uma flor ou um animalzinho não consegue ser feliz. Eu sou o homem mais feliz do mundo, talvez o número um. Gosto de ficar aqui. Que companhia pode ser melhor que um neto, a mulher e os pássaros? Sempre esteve conectado com tudo isso”, comenta o jardineiro experiente.

Otávio Timm/O Município
Otávio Timm/O Município
Otávio Timm/O Município
Otávio Timm/O Município

É possível encontrar na horta de Paulo: brócolis, alface, beterraba, nabo branco, nabo de sopa, couve manteiga, rúcula, cebola, babosa, alecrim, tomilho, espinafre, boldo, orégano e hortelã.

“Não cobro nada, faço de coração. Além do consumo próprio, dou o que planto em forma de presente para amigos e conhecidos. Para ter uma horta assim é preciso amar o que faz e investir um pouco. Mas olha para isso, não há nada mais lindo. Tudo recebe o meu carinho e o da minha esposa Erica.

Otávio Timm/O Município

Água limpa, horta boa

Pedro Paulo Decker, de 75 anos, é morador do bairro Águas Claras. Ao lado da esposa Maria de Lourdes Decker, 72, cuida de uma horta na frente de casa que existe há mais de 50 anos. Em um espaço no terreno do irmão de Pedro, cuidam de outras plantações ainda maiores.

“Isso é terapia. Manter a cabeça sempre ocupada nos faz muito bem. Nunca vendi nada que plantei, não preciso. É um prazer cultivar e doar para familiares e amigos. Comer o que plantamos não tem preço. Todo dia pela manhã vou lá ver como anda minha horta, é um prazer”, diz Pedro.

Otávio Timm/O Município

Questionado sobre o que cultiva, o aposentado lembra que juntando suas duas hortas é possível encontrar: repolho, alho, cebolinha, salsinha, tomate, beterraba, alface, aipim, batata doce, batata inglesa e abacaxi. “O sabor é completamente diferente. Se for para colocar agrotóxicos eu nem planto nada. É muito fácil se apaixonar pelo mundo orgânico”.

Otávio Timm/O Município

Outro ponto interessante da horta de Pedro é o sistema de água de chuva. Segundo ele, a água da chuva é a melhor que existe para regar a plantação. “Se você ficar em silêncio é possível escutar elas (plantas) agradecendo. Quanto mais experiente fico, mais percebo que mexer na terra é incrível. A gente aprende muito a cada dia, isso é a vida”.

Otávio Timm/O Município

Assista agora mesmo!

“Não tem lugar parecido”: como Botuverá tornou-se caso raro de preservação do dialeto bergamasco no mundo:


Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo