Advogado de vítima apresenta documentos para tentar manter motorista do Jaguar preso
Evanio Wylyan Prestini foi multado 15 vezes em quatro anos, a maioria por excesso de velocidade
Advogados de duas das vítimas do acidente na BR-470, sábado passado, apresentaram novos documentos à Vara Criminal da Comarca de Gaspar na tentativa de manter preso o motorista do Jaguar que provocou a tragédia.
Na terça-feira, 26, a defesa de Evanio Wylyan Prestini, 31, entrou com um pedido de revogação da prisão preventiva. Além disso, pediu a transferência dele do Presídio de Blumenau para uma unidade prisional de Jaraguá do Sul.
Um dos argumentos levados à Justiça é o histórico de multas do motorista. Entre fevereiro de 2014 e fevereiro de 2018, Prestini foi multado 15 vezes. Sete delas foram por transitar em velocidade superior à máxima permitida em até 20%. Outras quatro também foram por excesso de velocidade, entre 20% e 50% acima da máxima.
As outras multas foram por ultrapassar sobre uma ponte em pista simples, avançar sinal vermelho e estacionamento irregular. Três veículos diferentes aparecem nas notificações. Entre março de 2017 e fevereiro de 2018, as multas estouraram o teto de 21 pontos da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que deveria ser suspensa.
Parente no presídio
Os advogados de Thayná também informaram à Vara Criminal de Gaspar que não há parente dela detido no Presídio Regional de Blumenau. O advogado de Prestini, Cláudio Gastão da Rosa Fllho, pediu a transferência dele para Jaraguá do Sul sob o argumento de que estaria correndo risco na unidade blumenauense.
A petição do advogado de Thayná afirma que ela “não conhece a pessoa mencionada nos autos, não podendo tal ser motivo para qualquer transferência do preso ou revogação de prisão, tampouco a alegada ameaça por telefone ou mídia social”.
Também nesta terça-feira, 26, advogados que representam familiares de Suelen Hedler da Silveira, jovem que morreu no local do acidente, pediram para participar do processo como assistentes da acusação.
Revogação da prisão
O advogado de Prestini pediu a revogação da prisão preventiva de seu cliente na terça. Cláudio Gastão afirma que “a indignação popular não serve como motivação a validar decreto de prisão preventiva”.
Também alega que Prestini não oferece risco às investigações e tem bons antecedentes. Na avaliação do defensor, manter seu cliente no presídio neste momento significaria antecipar um juízo de culpa.
O acidente ainda está sendo investigado no âmbito da Polícia Civil. Quando concluído o inquérito, ele será encaminhado ao Ministério Público, que deverá apresentar uma denúncia à Vara Criminal de Gaspar. Só quando o Judiciário aceitar a denúncia é que Prestini passará à condição de réu.