José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

A estratégia da baderna

José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

A estratégia da baderna

José Francisco dos Santos

As cenas de guerra da última semana, em Brasília, que levaram o presidente Temer a convocar as forças armadas, viraram manchete pelo lado errado. Falou-se muito da presença de tropas do exército nas ruas de Brasília, mas deixou-se de considerar a estratégia violenta dos grupos armados que foram para lá para colocar fogo nos prédios dos ministérios. O jornalista Claudio Humberto noticiou que senadores do PT, entre eles o ex-presidente da UNE, Lindenbergh Farias, estiveram no comando da polícia do Distrito Federal tentando impedir que os policiais revistassem os ônibus dos manifestantes que chegavam à Capital.

O episódio é emblemático na estratégia esquerdista de poder. Eles começaram com a manipulação ideológica e a revolução cultural, através das escolas, igrejas, cinema e mídias em geral, no que, aliás, tiveram imenso sucesso. Isso abriu espaços para o avanço de sua posição estratégica. Os dois governos de Lula e os cinco anos e meio de Dilma deveriam ter preparado o bote final, mas a corrupção excessiva deixou-os na berlinda. Mas não podemos nos esquecer de que as estratégias não levam em conta apenas a questão política e cultural.

Há sempre a possibilidade de acionar a luta armada, em casos extremos. Foi o que vimos na semana passada. O que todos deveríamos estar comentando não é a presença do exército nas ruas. Isso foi consequência, entre outras coisas, da incompetência da polícia do Distrito Federal. As perguntas deveriam ser: quem são essas pessoas? De onde vieram? Quem as financia? Quem as treina?

Não tenho dúvida (embora adorasse ser convencido do contrário) que se trata do “exército de Stélide”. João Pedro Stélide é o líder do MST. Sua corrente ideológica inclui Marx, Lênin e Gramsci, os mesmos dos ideólogos da educação. Stélide lidera um grupo pronto a entrar na luta armada, um exército de reserva, mantido de prontidão. Durante três mandatos e meio do PT na presidência, o movimento ficou em banho-maria. Não invadiu terras e nem as recebeu do governo, já que a reforma agrária petista foi pior que a do Fernando Henrique.

Não obstante, eles estão dispostos a defender, de unhas, dentes, bombas e coquetéis molotov o governo que menos atendeu às suas reivindicações. Se alguém puder me explicar isso, talvez eu comece a rever meus pontos de vista. Mas explicar não é fazer discurso para militância, é responder, de modo convincente, ao que é perguntado, ou rebater, de modo igualmente convincente, aos argumentos que são expostos.

Apesar das inúmeras pressões e do recuo de Temer, eu gostei de ver as forças armadas em Brasília. E é bom que seus comandantes abram os olhos e fiquem de prontidão, pois não são eles que ameaçam a democracia, mas esse bando de baderneiros comunistas que querem criar o caos para assumirem o controle, retomando as trincheiras que perderam. Esse filme é antigo.

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