Fesporte faz mudanças para manter Jasc e Joguinhos deste ano
Orçamento comprometido no período eleitoral quase acabou com os Joguinhos Abertos
Orçamento comprometido no período eleitoral quase acabou com os Joguinhos Abertos
O ano não está fácil para o esporte em Santa Catarina. Para manter um dos mais prestigiados eventos de desportos de base este ano, a Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) precisou alterar sua data em três meses. Depois disso, a entidade que também organiza os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), competição que teve seu surgimento em Brusque, diminuiu o valor de investimento para a principal competição poliesportiva do estado em Tubarão, comparando com o que foi investido em Joaçaba, sede dos Jasc em 2015.
O primeiro sinal de que as coisas não iam bem na realização dos eventos aconteceu no início de julho. O município de Caçador, sede este ano dos Joguinhos Abertos de Santa Catarina, entregou um ofício na Fesporte com a desistência por falta de recursos para receber a competição.
Os Joguinhos estavam previstos para serem realizados entre 22 e 30 de julho. Sem garantia quanto ao repasse das verbas até o dia 1º de julho, quando a legislação eleitoral entrou em vigor e os investimentos públicos passaram a ser controlados, a opção foi pelo cancelamento.
Contudo, Fesporte e Comissão Central Organizadora (CCO) do evento em Caçador entraram em um acordo e a data foi alterada. Será logo após as eleições, de 8 a 16 de outubro.
Impasse nos Jasc
A Prefeitura de Tubarão e a Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte (Sol) entraram em um impasse quanto à realização dos Jasc, que será no município do Sul do estado. As reformas em pontos esportivos e escolas que serão utilizadas como alojamentos para as delegações foram orçadas pelos tubaronenses em mais de R$ 2 milhões. A partir disso, existem duas versões da mesma história. Os organizadores de Tubarão afirmam que houve solicitação de contrapartida. A cidade precisaria arcar com R$ 600 mil, ou quase 30% do que foi orçado, enquanto a Sol liberaria R$ 1,5 milhão, em uma solicitação sem precedentes nos Jasc.
Como o valor foi ainda menor do que o liberado para Joaçaba em 2015 – R$ 1,6 milhão, sem necessidade de contrapartida -, os organizadores dos Jasc em Tubarão precisaram recuar na proposta. Este fato gerou rumores de que a realização da competição estaria em xeque, mas o diretor-presidente da Fundação Municipal de Esportes da cidade-sede, José Acco Junior, uma das pessoas mais envolvidas com a competição, garante que são só boatos. “Nós nunca cogitamos não sediar. Entendemos que é o maior evento esportivo do estado e nos comprometemos em fazê-lo aqui”, completa.
Acco Junior explica que será feita, portanto, uma readequação nas obras a serem realizadas. Essa situação pode respingar na qualidade das provas e das instalações as quais centenas de competidores brusquenses participarão. “Vai ser algo mais modesto do que pretendíamos. Por exemplo, temos uma pista de atletismo de seis raias e queríamos mais duas. Não vai dar, vamos ficar com as seis e reformá-las. Nosso principal ginásio também, o Salgadão, precisa de melhorias no piso e no teto. Agora vamos ter que escolher qual é a prioridade, tudo não tem como”, completa.
Sol nega exigência de contrapartida
Em e-mail, o Secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Filipe Mello, explicou que não houve exigência de uma contrapartida para o município. Mello afirma também que desde o início a proposta era de investimento de R$ 1,6 milhão, e não R$ 1,5 como apontado. “Nunca houve uma promessa de um valor superior a este. Convém esclarecer ainda que o valor destinado aos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) de Joaçaba, Luzerna e Herval d’Oeste foi de R$ 1,69 milhão”, afirma.
Críticas ao governo
Para o diretor-presidente da FME tubaronense, o governo do estado poderia fazer mais pelos Jasc, até hoje, embora enfraquecido, o principal evento esportivo catarinense. “Hoje os municípios se importam mais com os Jasc do que o governo. Eles não dão o devido valor. Eu cheguei a ligar quatro vezes no gabinete do secretário (de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Filipe Mello), mas ele nunca me atende. O pai da criança não está dando a mesma importância que nós”, afirma.