Após manifestação da Acibr, abaixo-assinado pede que rodovia não tenha pedágio
Petição já tem aproximadamente 200 assinaturas; vice-presidente regional da Fiesc, Ingo Fischer, também se posiciona
Petição já tem aproximadamente 200 assinaturas; vice-presidente regional da Fiesc, Ingo Fischer, também se posiciona
Um abaixo-assinado promovido nas redes sociais pede que a rodovia Antônio Heil (SC-486) não seja concedida à iniciativa privada, como cogita o governo do estado. Até ontem, cerca de 200 pessoas haviam assinado a petição pública iniciada na semana passada.
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O ex-secretário de estado do Planejamento, Murilo Flores, admitiu ao Município Dia a Dia no mês passado que a SC-486 pode estar em um pacote de concessões de rodovias estaduais, devido ao alto fluxo de veículos.
O advogado Fábio Roberto de Souza, criador do abaixo-assinado no site Petição Pública, tenta espalhar a mensagem pelas redes sociais. Para ele, a concessão da via não faz sentido porque o governo faz, neste momento, um grande investimento na sua duplicação. “Soa ilógico fazer a duplicação para depois entregar à iniciativa privada”, diz. Ele acrescenta que não é saudável impor mais um custo ao comércio da região em meio à crise financeira.
O abaixo-assinado seguirá no ar até que o plano de concessão do governo do estado seja lançado. Quando for fechado, ele afirma que irá a Florianópolis e protocolará o documento no gabinete do governador.
A iniciativa popular iniciou após manifestação contrária da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), que emitiu nota oficial na semana passada. Nesta semana o vice-presidente regional da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Ingo Fischer, também demonstrou sua insatisfação com a possibilidade.
“Eu sou frontalmente contra o pedágio porque é um trecho pequeno, de em torno de 25 quilômetros, e iria prejudicar muito o comércio da nossa região”, afirma Fischer. Para ele, um pedágio na ligação Brusque-Itajaí prejudicaria o setor de pronta-entrega brusquense.
O vice-presidente regional da Fiesc diz que o impacto de um pedágio na Antônio Heil será sentido não só por Brusque, mas também por Guabiruba, Botuverá e outras cidades da região. Ele teme que muitos visitantes também deixem de vir para a cidade por causa da cobrança, mesmo que seja um valor baixo, como R$ 2 ou R$ 3.
A Irmãos Fischer, da qual ele é um dos diretores, é responsável pela duplicação de uma parte da Antônio Heil. A empresa fechou acordo com o governo estadual, em 2013, e faz o serviço em troca de um abatimento em impostos.
Há alguns dias, a Acibr também tomou a iniciativa de se posicionar contrária ao pedágio. No entendimento da entidade, a cobrança prejudicaria a comunicação entre Brusque e Itajaí. A associação ressalta, em nota oficial, que a Antônio Heil é a principal ligação entre as cidades. Além disso, chama a atenção para o fato de que o valor pesará no bolso dos cidadãos.
“Por fim, chama atenção acerca do impacto da cobrança de mais tributos dos cidadãos brusquenses e de nossa região, entendendo que tal medida, se concretizada, onerará o bolso de todos os usuários da rodovia, impactando negativamente no comércio, turismo e educação e em todos os setores da economia geral de nossa região”, diz a Acibr, em nota.
Manutenção
O governo do estado afirma que a privatização das rodovias servirá exclusivamente para manutenção, incluindo tapa-buracos, sinalização, iluminação e pintura. Também não haverá concessões individuais: as empresas interessadas deverão se responsabilizar por polos regionais, que incluirão mais de uma via.
Os estudos de viabilidade ainda estão em andamento, mas, nas simulações feitas pelo governo, a Antônio Heil apresentou bons resultados.
O governo estadual deve lançar ainda este ano o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), para que as empresas interessadas em assumir a manutenção das rodovias façam suas propostas.
Abaixo-assinado
Para assinar a petição, basta acessar o site e inserir nome completo e e-mail.
Concessões
Desde 2015, o estado promove um estudo para implantação de pedágios nas rodovias catarinenses, por meio concessão, para que empresas banquem os custos de manutenção dessas vias. O estado, para isso, assinou um termo de cooperação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).