Marcello Casal/Agência Brasil

Bruno da Silva
bruno@omunicipio.com.br

A taxa de mortalidade infantil de bebês de menos de 1 ano está em queda em Brusque desde 2017, com exceção de 2020, ano do auge da pandemia. Em 2022, foram registrados 13 óbitos no município dentro desta faixa etária.

No Brasil, segundo dados do IBGE, em 2020, a taxa de mortalidade foi de 11,5 a cada mil crianças nascidas. No estado de Santa Catarina, nasceram 97.916 crianças e ocorreram 913 óbitos em menores de um ano. Deste modo, a média é menor do que a nacional, de 9,32 por mil nascidos vivos.

De acordo com os dados mais recentes divulgados no Cenário da Infância e Adolescência no Brasil em 2023, o Brasil registrou, em 2021, 11,9 óbitos entre menores de 1 ano de idade para cada 100 mil nascidos vivos, uma queda percentual em relação ao ano anterior.

Já em Brusque, porém, os números são melhores. Em 2021, foram 7,2 óbitos por mil nascidos vivos (proporção de 2.056 nascidos para 15 óbitos infantis) e em 2022 o nosso indicador teve uma outra melhora reduzindo a taxa de mortalidade infantil para 6,5 óbitos a cada mil nascidos vivos (proporção de 2 mil nascidos para 13 óbitos infantis).

Pesquisas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelaram que a pandemia de Covid-19 resultou em grandes interrupções nos serviços de saúde que ameaçaram desfazer décadas de progresso conquistado com dificuldade.

Coordenadora do Comitê Municipal de Prevenção ao Óbito Materno, Infantil e Fetal (Compomif), que tem o papel de investigar os óbitos ocorridos e planejar ações que visam prevenir novos óbitos visando melhorar o indicador de mortalidade municipal, a enfermeira Sheila Neves destaca que em Brusque não foi diferente. Ela ressalta que, no ano de 2020, a maioria das crianças pararam de comparecer aos serviços de saúde para fazerem o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento e atualização do calendário de vacinas.

Segundo o Compomif, em 2021, ano em que já foram encerradas todas as investigações de óbitos infantis as principais causas foram malformações congênitas, Covid-19, falta de leito de UTI neonatal em Brusque na época, negligência familiar na adesão ao pré-natal e demora para buscar atendimento agravando os problemas de saúde.

Retomada dos serviços de saúde

No entanto, nos anos de 2021 e 2022, Sheila destaca que já foi possível sentir, em Brusque, o reflexo nos indicadores de saúde de algumas iniciativas que a Secretaria de Saúde implantou.

Dentre as ações tomadas, está o trabalho do Compomif, criado em 2019, que começou a ter reflexos em 2021. A Secretaria de Saúde também realizou investimento no pré-natal e na puericultura de qualidade na rede assistencial de saúde, através de atualização dos protocolos e capacitações com os profissionais responsáveis pela assistência.

Além disso, o acesso avançado nas Unidades de Saúde visa facilitar o acesso às agendas de médicos e enfermeiros, oportunizando que o calendário de consultas preconizado pelo ministério da saúde de acompanhamento da criança principalmente nos primeiros dois anos de vida de fato aconteça.

A secretaria ainda incentivou o acesso ao serviço especializado através das consultas pediátricas e criou o Programa Primeiro Abraço, que visa ampliar o acesso aos serviços de saúde e a garantia da primeira consulta em tempo oportuno, ou seja, ainda na maternidade a família tem os agendamentos realizados;

De acordo com Sheila, a Secretaria de Saúde tem grandes desafios e um compromisso com a população de ampliar cada vez mais o acesso aos serviços de saúde em tempo oportuno e ofertar uma assistência de qualidade.

“Em contrapartida, as famílias também precisam assumir o compromisso com a saúde da criança, desde a adesão ao pré-natal, comparecendo às consultas e exames, assim como as orientações recebidas para um desfecho adequado no nascimento”.

Ela ainda ressalta a importância de manter o acompanhamento da saúde da criança na unidade de saúde do bairro, principalmente no primeiro ano de vida, onde os índices de morbimortalidade infantil são maiores. “A participação de todos é essencial para conseguirmos ofertar o acesso necessário para o crescimento e desenvolvimento saudável das crianças”.


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