Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Há 150 anos, como era e como tudo iniciou?

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Há 150 anos, como era e como tudo iniciou?

Pe. Adilson José Colombi

Os primeiros imigrantes desembarcaram, em 4 de agosto de 1860, em terras brusquenses. Chegaram em suas canoas e atracaram perto do local que hoje é denominado Praça Vicente Só. Esses 10 esperançosos imigrantes com suas famílias, cinco católicos e cinco protestantes, traziam como bagagem, entre muitas outras coisas, a sua tradição de vivência da fé católica e da fé luterana. A vivência da fé sempre esteve presente na vida dos “colonos”, em sua vida familiar, no trabalho, na educação, na vida social, artística… Era parte integrante e constante de sua agenda de vida.

As duas comunidades (católica e luterana) tentaram e lutaram para organizar todos os aspectos de sua vida, levando em conta a precariedade da situação impar que estavam vivendo. Por isso queriam ter um padre e um pastor para conduzir a sua vida religiosa. Todavia, custou um certo tempo para ter alguém disponível. Por isso, a comunidade católica era assistida, esporadicamente, pelo padre Francisco Maximiliano Gattone, pároco de Gaspar. A comunidade católica, com a sucessiva vinda de imigrantes alemães, logo em seguida de italianos, poloneses e outros, continuava a crescer em número de filhos já de residentes na Colônia.

A Paróquia São Luis Gonzaga está comemorando o seu 150º ano de vida paroquial. Isto ocorreu a partir de 31 de julho de 1873, quando por Decreto Imperial (D. Pedro II, Imperador do Brasil) erigiu-a, oficialmente, como Paróquia São Luis Gonzaga.

Mas, já desde o início da fundação da “Colônia Itajahy” ou simplesmente Colônia Brusque havia o núcleo de cristãos católicos que tinha o seu culto, em uma humilde capela. Todavia, não havia a assistência e cuidado da comunidade de um sacerdote. Foi sempre, desde o início, uma aspiração desejada pela comunidade de ter, em seu seio, a presença e a atuação de um padre para conduzir toda a vida religiosa da comunidade católica.

Seu primeiro pároco foi o P. Francisco Maximiliano Gattone (1861-1867). É oportuno lembrar que, no Império, o Brasil vivia sob a Lei do Padroado. Por isso, era o Imperador que erigia uma Paróquia ou uma Diocese. Por isso o P. Gattone foi nomeado por Decreto do Imperador, como primeiro Pároco da novel Paróquia São Luis Gonzaga. O P. Gattone, hoje, está homenageado com uma rua de nosso centro da cidade. A rua que conduz a atual Matriz. Foi, aí, que ele auxiliou a melhorar a igreja, agora Matriz da nova Paróquia. É claro, iniciou a estruturação da nova paróquia, segundo a orientação do Bispo do Rio de Janeiro. Com efeito, a nova paróquia pertencia a Diocese do Rio de Janeiro.

Como se pode observar, a religiosidade dos imigrantes europeus que, aqui, vieram tentar um novo estilo de vida, não a abandonaram, apesar de todas as dificuldades, encontradas na nova realidade sociocultural. Sempre presaram, com zelo e cuidados especiais, tudo o que se referia a sua vivência de fé. Foi essa fé ardente e fervorosa, certamente que lhes deu o estímulo, o impulso, a força, a coragem de afrontar os inícios de uma vida, em terras inóspitas e intempéries muito diversas que tinham no Continente Europeu.

Tiveram que afrontar, enchentes, malária, carência de instrumentos agrícolas, animais selvagens, habitantes nativos (índígenas), carência de recursos monetários, de saúde…Nada esmoreceu o ânimo desses abnegados antepassados nossos. Volto a acentuar, tenho certeza que sua religiosidade, vivida em família e em comunidades cristãs, foi um ingrediente que jamais pode ser relegado como algo ou detalhe, meramente circunstancial. Foi marcante e certamente decisivo em boa parte das opções de sua vida.

(continua)

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