Homem que acumulou R$ 4 milhões através de golpes em SC, RS e PR é condenado
Ele era mentor de organização criminosa que fez vítimas na região do Vale do Itajaí
Ele era mentor de organização criminosa que fez vítimas na região do Vale do Itajaí
Um homem de 48 anos foi condenado pelos crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ele aplicava golpes e o total de prejuízos foi de aproximadamente R$ 4 milhões. Ele fez vítimas em diferentes regiões de Santa Catarina, incluindo o Vale do Itajaí, e também no Paraná e no Rio Grande do Sul.
A condenação partiu da 1ª Vara Criminal da comarca de Chapecó. Os golpes foram aplicados entre abril e julho de 2020. O montante aproximado a R$ 4 milhões foi apurado a partir de cenas de ostentação do criminoso, através da exposição de carros e bens de luxo. Além do homem, outras três pessoas foram condenadas no mesmo processo.
De acordo com a denúncia, a organização criminosa na qual ele fazia parte, tinha o objetivo de obter dinheiro por meio de práticas que ofendem o patrimônio alheio e a ordem econômica. A organização possuía divisão de tarefas e atuava a partir da venda de aparelhos celulares abaixo do valor de mercado, sendo o homem de 48 anos o mentor do esquema.
Eles aceitavam pagamento integral ou parcial antecipadamente, como também parcelamentos antecipados, com contratos de entrega no prazo de 14 a 31 dias. Segundo a acusação, a maioria dos celulares comercializados não era disponibilizada aos compradores, o que, consequentemente, resultou na obtenção de vantagem indevida em montante milionário pelo grupo, bem como na execução de práticas direcionadas a ocultar a origem ilícita dos valores.
Além disso, ele idealizou uma série de outras fraudes, como a venda de franquias de uma empresa que não tinha saúde financeira, chegando a idealizar também uma franquia de venda de joias, com o propósito de iludir pessoas interessadas em investir em empreendimentos comerciais.
Além dele, outro homem foi condenado a três anos de reclusão. Era ele quem negociava os bens adquiridos com dinheiro ilícito. Foi preso em Goiânia, onde se abrigou após as denúncias.
Duas mulheres foram sentenciadas a penas de quatro anos e três meses e de oito anos. A mulher sentenciada a oito anos era a responsável pela loja física, localizada em Chapecó. Os contratos eram feitos com seus dados, que recebia comissão pelas vendas. Ela está presa desde os fatos. Já a outra mulher, era companheira do “chefe” do grupo e emprestava o nome para ocultar e dissimular os bens comprados. O casal está foragido.
O homem, que era o mentor do esquema teria ordenado os demais envolvidos, para serem “testa de ferro” na parte documental. De acordo com o juiz Jeferson Osvaldo Vieira, o criminoso teria enganado os próprios comparsas e ficado com todo o lucro para si.
Na sentença, o juiz Jeferson Osvaldo Vieira considerou que “muito além do que alguém aproveitou-se de circunstâncias para cometer delitos, [nome do réu] é um verdadeiro profissional do crime, do qual faz seu meio de vida, e captou para si todo o ganho econômico obtido com as fraudes, lesando até mesmo seus comparsas na atividade delituosa, que remanesceram apenas com a responsabilidade penal por terem contribuído, enquanto ele próprio fugiu para desfrutar a fortuna extraída com os crimes”.
Além de Blumenau e Chapecó, em Santa Catarina há registros de vítimas em Lages, Joinville, Concórdia, Joaçaba, Xanxerê, Tubarão, Rio do Sul e Porto União.
O maior dano, R$ 606 mil, ocorreu a uma pessoa de Pato Branco, no Paraná. Naquele estado, o golpe também foi aplicado em Cascavel, Palmas, Londrina, Ampere, Curitiba, Toledo, Realeza e Foz do Iguaçu.
No Rio Grande do Sul houve registro policial contra os réus em Sananduva, Dois Vizinhos, Canoas, Porto Alegre, Gravataí, Gramado, Bagé e Uruguaiana.
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