Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - raulsartori@omunicipio.com.br

O bronco e o doce: candidatos ao governo do estado têm perfis bastante diferentes

Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - raulsartori@omunicipio.com.br

O bronco e o doce: candidatos ao governo do estado têm perfis bastante diferentes

Raul Sartori

Perfis
Quem conhece mais de perto os dois candidatos a governador no segundo turno em SC traça um perfil da personalidade, bem diferente, de Jorginho Mello e Décio Lima. O candidato do PL parece não falar no mesmo tom de voz quando se dirige a um interlocutor, conhecido ou não, e sim querer dar uma ordem. É um tanto bronco por natureza, embora tente, sempre, se afastar desta imagem. O candidato do PT é uma doçura de gente. Detesta qualquer briga e suas palavras preferidas, sempre ditas com certa doçura e sinceridade, são paz e amor. Uma constatação nua e crua que se ouve de muitos eleitores é que ele teria seu voto se ele não fosse do PT.

Pesquisas 1
Como se escreveu aqui, os institutos de pesquisa sempre terão uma explicação para seus dados, por mais absurdos que sejam. Do visado Datafolha, por exemplo, especialmente em relação à pesquisa de sábado – dando 14% a mais de intenções de votos para Lula em relação a Bolsonaro – os analistas dizem que ele “pode ter influenciado antipetistas”.

Pesquisas 2
O colunista Claúdio Humberto bate nas pesquisas. Escreveu: “Após errar mais que bêbado tentando enfiar chave no buraco da fechadura, o Ipec (ex-Ibope) registrou no TSE pesquisa para o 2º turno. Difícil agora será achar quem dê crédito aos seus números”. É verdade.

Gatilho
Conhecidos os eleitos, começa a divulgação das “biografias” deles. Uma das primeiras que veio a público foi a de 23 deputados federais e senadores da bancada das armas, digamos assim. Na primeira, de apoiadores ou simpáticos ao Proarmas, maior grupo armamentista do país, estão a deputada federal eleita Julia Zanatta e o senador eleito Jorge Seif, ambos do PL de SC.

Ressaca
Fenômeno que se vê dentro das casas, nas ruas e nos ambientes de trabalho: quase todos experimentam, desde domingo, uma espécie de ressaca devido à inédita intensidade da polarização eleitoral deste ano. Há em quase todos uma vontade inexprimível de que tudo isso acabe logo e que se possa começar a verdadeiramente trabalhar e produzir algo.

Virada?
O noticiário político nacional especula, desde domingo à noite, em quais Estados há chances de virada no segundo turno. Três aparecem de cara: Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Roraima. Se depender daquelas análises, o senador Jorginho Mello (PL-SC) já pode pensar em comprar ou mandar fazer um terno novo para sua posse.

Família
Dois candidatos à Câmara dos Deputados eleitos e com base eleitoral em Criciúma se elegeram: Julia Zanatta (PL) e Ricardo Guidi (PSD). O detalhe que os une é que são primos em primeiro grau e se dão muito bem. Tanto que comemoraram sua eleição juntos, no domingo. E juntos prometem trabalhar em prol da cidade e região que lhes deu o passaporte para o Congresso Nacional.

Agenda
A exemplo do que fez sábado, véspera da eleição, quando, em Joinville, recebeu um decisivo impulso que ajudou muito a levá-lo ao segundo turno da eleição para governador, o staff do senador Jorginho Mello só pensa naquilo, ou seja, que o presidente venha pelo menos uma vez, de novo, para cá, até dia 30, para dar o que esperam ser o empurrão final.

Passo atrás
Lê-se que o resultado das urnas no domingo – principalmente com e eleição de 19 senadores bolsonaristas ou próximos a isso – deve fazer o Supremo Tribunal Federal dar um passou atrás. Pudera. São tais senadores que podem, agora, desencadear processos de impeachment de “supremos”, desde o sempre “intocáveis”.

Baixa renovação
Contra 55% em 2018, caiu para 40% a renovação na Assembleia Legislativa de SC. Dos 40 deputados vitoriosos no domingo, 24 já tinham passado pelas urnas há quatro anos.

O único
Dois detalhes sobre a surpreendente eleição de Zé Trovão, do PL de SC, para deputado federal: foi votar “equipado” com tornozeleira eletrônica, domingo, e dentre 35 candidatos ao mesmo posto, em outros Estados, ele foi o único vencedor como representante dos motoristas de veículos pesados. Outro concorrente em SC, mas que ficou longe, foi Chicão, pelo PTB, com 2.951 votos.

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