Muito tem se falado nos últimos tempos, sobre os direitos constitucionais, especialmente a liberdade de expressão, usada quase que diariamente por figuras conhecidas da nossa sociedade. Nossa Carta Magna, datada de 5 de outubro de 1988, foi uma conquista para a população brasileira, que comemorava à época, o fim da Ditadura Militar, que durou 21 anos no país, sendo considerado um dos períodos mais sombrios da história do Brasil. Repressão, violência, tortura aos opositores do regime e restrição aos direitos políticos e à liberdade de expressão, foram alguns dos atos que o país viveu nessas duas décadas.

A Constituição de 1988, por ter sido criada ao final da ditadura e por ter sido resultado de um amplo debate com a população, ficou conhecida como Constituição Cidadã e até os dias de hoje, é nela que nos pautamos diariamente.

Ela deixa claro já em seu primeiro artigo que ‘A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito’. E ainda que ‘Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição’.

Pois bem, neste ano temos em nossas mãos o poder de exercer nossa cidadania através do voto. Um direito que reconquistamos após 21 anos de ditadura militar. É por meio deste direito que escolheremos as pessoas que comandarão o Brasil a partir de janeiro de 2023, pelo período de quatro anos. Serão eles que governarão para os 215 milhões de brasileiros e é por isso que a nossa escolha deve ser feita com muita responsabilidade e coerência, levando como princípio o que cita a própria Constituição Federal: ‘Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre, justa e solidária’ (Art.2-I).

Seguindo estes preceitos, o Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque e Região que engloba onze sindicatos constituídos, os quais representam mais de 80 mil trabalhadores e trabalhadoras, manifesta-se a favor da democracia, a favor de um país livre, a favor do direito à livre manifestação de pensamento e contrário à polarização política criada no Brasil nos últimos anos, a qual tem provocado discursos de ódio e atos de violência em diversas regiões da nossa Nação.

Muitos intitulam as Eleições 2022 como uma ‘luta do bem contra o mal’, propagando informações falsas, comparativos equivocados entre governos, a fim de disseminar o ódio e polarizar ainda mais a população, sendo um total desserviço à sociedade. São atos intitulados de ‘liberdade de expressão’, ou de ‘opinião’, mas que dia após dia colocam a democracia em risco no nosso país.

Portanto, é necessário e urgente que exerçamos nosso papel enquanto sociedade e façamos valer a Constituição Federal com seriedade e responsabilidade.

A luta pela dignidade, pelo pão na mesa, pela saúde, pela educação e pelo respeito é diária, por isso lembramos que os trabalhadores e trabalhadoras do nosso país são os verdadeiros heróis. Diariamente, com a força de seu trabalho, de seu talento, são eles que geram as riquezas de nosso país. Que cada um possa fazer sua escolha com muita seriedade, analisando os projetos que vêm ao encontro do que é o melhor para a classe trabalhadora.

Políticos não são deuses, são servidores. Eles é que estão nos pedindo algo de valor, que é o nosso voto. E é fundamental que os trabalhadores e trabalhadoras deem seu voto de confiança aos representantes que revertam os direitos perdidos pelas Reformas da Previdência e a Trabalhista, esta última que teve como um dos princípios acabar com o movimento sindical no Brasil, algo que também está garantido pela Constituição Federal. ‘Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas’ (Art.8).

Precisamos escolher representantes que entendam a importância de termos um movimento sindical autônomo, livre e independente, respeitado o princípio constitucional da unicidade sindical, como instrumento da Democracia e de equilíbrio nas relações entre capital e trabalho. Representantes que lutem pela implantação de Políticas Públicas de incentivo aos setores industriais e às empresas públicas como ferramentas de desenvolvimento econômico sustentável, de geração de emprego e renda, cidadania, Direitos Humanos e qualidade de vida ao povo brasileiro.

Nosso maior poder está na palma das nossas mãos: vote consciente que a sua escolha é a melhor para todos os brasileiros e brasileiras!