Que Nação e Estado queremos?
As Eleições, em qualquer democracia, são sempre um momento privilegiado da vida do (a) cidadão (ã). É o momento do exercício pleno da cidadania, pelo voto. O voto, ao mesmo tempo, direito e dever. Direito porque, como participante da sociedade e da cultura, o (a) cidadão (ã) tem direito de opinar e de fazer valer sua voz, sua vontade, nas decisões políticas. Dever porque tem o dever de, também, responsabilizar-se pelo destino da Nação e do Estado.
Claro que tudo isso, dentro de um âmbito de liberdade, de consciência e de responsabilidade social. É, neste contexto, que aparece o verdadeiro papel da Política e do político. A Política tem o principal dever de promover a justa ordem de Estado e da Sociedade. Ao político, cabe-lhe a responsabilidade da promoção do bem comum de todos os cidadãos (ãs).
Aos Partidos Políticos, é-lhes reservada a missão de apresentar um modelo de Estado e um Plano de Governo para e da Sociedade, que contemplem o bem comum de todos os cidadãos (ãs).
Ao povo, cabe-lhe a responsabilidade de livre e conscientemente escolher (eleger) o melhor modelo de Estado e o melhor Plano de Governo, apresentados pelos Partidos Políticos que os candidatos representam, na construção do bem comum de todos.
Daí, advém a importância capital do voto livre e consciente de todos os eleitores. Sem dúvida, é a maior e a melhor arma pacífica que todo o (a) cidadão-eleitor (ã) dispõe e pode acionar, periodicamente, como meio de participação nas decisões políticas. E que pode produzir enormes consequências positivas ou negativas, segundo a escolha feita. Consequências que são socioculturais, embora o voto seja estritamente pessoal.
E a Igreja? Que tem a ver e a dizer com isso? Questionam alguns. A resposta é, sem dúvida, essa: a Igreja tem muito a ver e a dizer a respeito dessa realidade. Primeiro, porque como instituição social faz parte da sociedade e da cultura da Nação, onde está inserida. Além disso, porque tem o dever de orientar eticamente e oferecer critérios de discernimento coerentes em todas as instâncias da vida humana. Inclusive, na dimensão política da vida em sociedade. É claro que a Igreja não pode ficar à margem de uma política que tenha como meta a construção de uma sociedade e de uma cultura mais justa, fraterna e solidária.
É evidente, também, que como instituição eclesial não deve ter seu “Partido Político” (parte). Seria, de certa forma, trair sua missão, como diz seu nome “Católica” (em grego, significa Universal: universalidade, totalidade) que quer abranger a todos, sem exceção. Contudo, ela exorta seus membros, cristãos (ãs) leigos (as), a participarem, com coragem e discernimento dos partidos políticos, movimentos políticos que se colocam a serviço do bem comum de todos. Negligenciar ou omitir-se, nesta tarefa, não agrada ao Senhor e certamente causa graves danos ao mundo da Política e da cultura como um todo.
Por isso, cada cidadão/ã, pelo voto está dizendo que tipo de Nação ou País pretende para si, para os filhos/as e gerações futuras. Claro, para todo o povo brasileiro. Temos exemplos, não muito distantes de nós, que a prática do voto levou o país para um rumo de vida que depois trouxe sofrimentos e dores para os descendentes. Arrependimento vem depois, mas, aí, é tarde. Sempre é melhor se antecipar do que tentar remediar.