João Vítor Roberge

joao@omunicipio.com.br

Os lados e as questões das explosões de Luan Carlos

Comemoração do gol da vitória sobre a Ponte Preta repercutiu nacionalmente e dividiu opiniões

João Vítor Roberge

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Os lados e as questões das explosões de Luan Carlos

Comemoração do gol da vitória sobre a Ponte Preta repercutiu nacionalmente e dividiu opiniões

João Vítor Roberge

O técnico Luan Carlos ganha destaque novamente, agora pela comemoração no golaço de Rodolfo Potiguar e por tudo que se seguiu depois. Foi às arquibancadas cobertas do Augusto Bauer e viveu os minutos finais da partida ao lado da torcida. E os torcedores abraçaram a ideia e apoiaram o treinador, que, em âmbito geral, jamais foi aprovado em maioria. Foi um momento de emoção extravasada, que ganhou espaço na mídia nacional e que deu contornos mais épicos e de paixão ao jogo e ao próprio Brusque.

Todo mundo do estado já sabia deste seu lado, apresentado meses antes, no Catarinense, quando comandava o Camboriú. Foi à arquibancada comemorar vaga nas semifinais. Chegou a atravessar o campo de joelhos após ter se classificado à final. Já no Brusque, teve um problema de pressão alta antes do jogo contra o CRB. Todo mundo nota suas reações à beira do campo. Determinado, eufórico, ansioso e nervoso.

Há quem questione muito estes comportamentos e diga que é para fazer média com torcida, que é um personagem forçado. Mas ele já fazia isso antes, quando não precisava se esforçar para ganhar a confiança de ninguém. Em outras proporções, Waguinho Dias, campeão da Série D de 2019 e do Catarinense de 2022, sempre chamou a atenção extracampo, com discursos apaixonados sobre o clube e sobre a torcida. Nos momentos mais difíceis, era chamado de “marketeiro” por alguns torcedores. Hoje, está imortalizado na história do Brusque, de forma incontestável e com todo o mérito possível com suas conquistas.

Há duas questões mais relevantes sobre o técnico “Loucarlos”: uma é sobre a saúde de um técnico que vive um jogo da forma que ele vive. Aquele episódio contra o CRB foi preocupante.

Outra, fundamental, é como reagem os jogadores ao lado explosivo de seu treinador. Se suportam, se respeitam este lado, ou se exigem mais discrição e autocontrole. Afinal, Luan Carlos foi expulso direto ao comemorar o gol com Jordan, e será desfalque na próxima rodada. Racionalmente falando, prejudicou sua equipe ao extravasar as emoções. Na hora, o capitão Wallace, incrédulo, o mandou de volta para a beira do campo. É pergunta a se fazer já na coletiva pré-jogo: como o elenco lida com estes episódios?

Na torcida, haverá quem goste, haverá quem não goste, vai do gosto de cada um. Se o Brusque conseguir seu objetivo na Série B, o jogo contra a Ponte Preta será um dos mais marcantes da campanha. E parte dos motivos será o comportamento controverso de seu treinador.

Luan Carlos torcida arquibancada
Na arquibancada: pelo Brusque, após expulsão, e pelo Camboriú, comemorando vaga na semifinal do Catarinense | Fotos: Victor S. Fernandes/Brusque FC | Tiago Winter/Camboriú

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