“Fui salva por vocês”, diz mulher que precisou de transfusão de sangue após sofrer hemorragia no parto
Luiz Antonello/O Município

Eliz Haacke
eliz@omunicipio.com.br

Um gesto simples que pode salvar vidas: a doação de sangue. Neste mês é celebrada a campanha Junho Vermelho que busca mostrar a importância da doação. As transfusões sanguíneas são necessárias para vítimas de acidentes, em cirurgias ou para pessoas com diferentes doenças. As doações de 11 pessoas foram imprescindíveis para que Thayse Luiza Chumoski de Oliveira Cavalcante, de 31 anos, pudesse continuar viva. A professora teve uma hemorragia pós parto e corria risco de morte.

Thayse deu à luz com 40 semanas de gestação | Foto: Glau Martins Photoart

Em 5 de maio deste ano, Thayse estava com 40 semanas e um dia de gestação e entrou em trabalho de parto. Por volta das 4h, deu entrada no hospital.

A intenção era realizar o parto normal. Thayse seguiu o ritual de danças e banhos para ajudar no processo, além de aliviar as dores das contrações. No entanto, a dilatação acontecia lentamente. Já na madrugada de 6 de maio, sem sinal de evolução, escolheu realizar a cesárea. Por volta das 4h ela deu entrada no centro cirúrgico. “Assisti a cesárea e vi minha filha nascer. Foi muito emocionante”, relembra a mãe.

Thayse diz que a filha lhe incentivou a lutar pela vida | Foto: Luiz Antonello/O Município

Riscos da hemorragia

Após o nascimento da pequena Aurora Chumoski Cavalcante, Thayse teve um um sangramento que se expandiu rapidamente.

“Pelo que entendi parece que uma artéria atrás da placenta pode ter estourado. Tive o primeiro sangramento na mesa da cirurgia, mas foi estancado ali mesmo. Depois no quarto veio o segundo sangramento que foi muito mais forte”.

A hemorragia a fez perder muito sangue. Para que ela sobrevivesse, os médicos precisaram utilizar 11 bolsas de sangue, nove de plasma e oito de plaquetas. Devido à gravidade do caso, Thayse foi encaminhada à UTI logo após o parto, onde ficou por vários dias.

“Disseram a minha família que haviam feito tudo que estava ao alcance deles. Mas que não podiam garantir nada”, lembra. Durante o tratamento ela ainda precisou de outra transfusão de sangue.

Eliane de Souza Cavalcante, ao lado do filho Guilherme de Souza Cavalcante, Thayse com a pequena Aurora no colo ao lado na mãe Amélia Chumoski | Foto: Luiz Antonello/O Município

Mãe encontrou força na filha recém-nascida

No período em que esteve internada na UTI, Thayse recebeu algumas visitas da pequena Aurora. “A maior alegria da minha vida e o que me fez ter forças pra lutar pela vida”, conta.

A boa notícia veio no dia 19 de maio, quando ela finalmente recebeu alta e pôde ir para casa aproveitar a filha.

Agora em casa, Thayse agradece a equipe médica, a todos que rezaram pela recuperação e o apoio do marido Guilherme de Souza Cavalcante e das avós da pequena Aurora, que estão auxiliando o casal nesta nova fase.

Por fim, a professora também demonstra gratidão as pessoas que doaram sangue e permitiram que ela tivesse uma segunda chance.

“É muito emocionante falar sobre isso pois são pessoas que não conheço, mas que se tivesse a oportunidade daria um abraço muito forte, agradeceria de todo coração e diria: fui salva por vocês! Doar sangue é um ato de amor, de empatia”, diz a professora.

Agora ela tem a intenção de realizar doações de sangue como forma de retribuir a oportunidade que teve.

Passado momento difícil, Thayse conta que deseja realizar doações de sangue para ajudar outras pessoas | Foto: Luiz Antonello/O Município

Dúvidas sobre a doação de sangue

Além de ser um ato de empatia, a doação de sangue tem o poder de salvar vidas. Qualquer pessoa acima dos 18 anos pode se candidatar para realizar a doação, desde que se enquadre dentro das regras exigidas pelo Hemosc. Pessoas dos 16 aos 17 anos também podem realizar a doação, desde que sejam emancipadas ou apresentem uma autorização assinada pelos pais ou responsáveis.

No dia da doação, o candidato realizará um cadastro no hemocentro, passará por uma pré-triagem com aferição da temperatura, pressão arterial, temperatura corporal, peso, e altura, além de ser realizado o teste de hematócrito.

Na sequência, a pessoa passará por uma triagem clínica, onde responderá algumas perguntas sobre o histórico de saúde e hábitos de vida. O objetivo é identificar se a doação pode causar algum dano ao doador ou receptor do sangue.

Com a filha Aurora no colo, Thayse comemora a segunda chance de vida que recebeu | Foto: Luiz Antonello/O Município

De acordo com o Hemosc, cada pessoa doa cerca de 450 mililitros de sangue, além de 50 ml que são utilizados na realização de exames.

Após a ação, o doador é observado por um tempo no próprio hemocentro, além de receber um lanche. Também são repassadas algumas orientações para que o doador evite esforços físicos por 12 horas e faça boas alimentações com a ingestão de bastante líquido. Se a pessoa estiver bem, ela é liberada. De acordo com o Hemosc, o tempo médio de todo processo é de 55 minutos.

Os doadores podem fazer a ação mais de uma vez ao ano, seguindo o que indica o Hemosc. O intervalo para novas doações aos homens é de 60 dias, permitindo até quatro vezes ao ano. Já para as mulheres, o intervalo entre uma doação e outra é de 90 dias, possibilitando até três vezes no ano.

Tanto o sangue doado quanto a amostra coletada para os exames serão encaminhados para o laboratório.

O hemocentro mais perto de Brusque fica localizado em Blumenau, na rua Theodoro Holtrup, número 40, bairro Vila Nova. O telefone para agendar a doação de sangue é o (47) 3222 9801.

Guilherme e Thayse enquanto esperavam a Aurora chegar | Foto: Glau Martins Photoart

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