João Vítor Roberge

joao@omunicipio.com.br

OPINIÃO – Luan Carlos é uma aposta após uma demissão precoce

O problema do Brusque neste início de Série B não se resume a Waguinho Dias

João Vítor Roberge

joao@omunicipio.com.br

OPINIÃO – Luan Carlos é uma aposta após uma demissão precoce

O problema do Brusque neste início de Série B não se resume a Waguinho Dias

João Vítor Roberge

A demissão de Waguinho Dias pareceu precoce. Quando o treinador chegou em 2021, havia uma desconfiança por ele não ter desenvolvido um trabalho com tanto destaque desde a Série D de 2019.

Mesmo assim, cumpriu o objetivo e ajudou a manter o Brusque na Série B. Suas duas renovações de contrato não foram unanimidade, mas foram justas. E agora, Waguinho Dias foi demitido sem obter nem um ponto em quatro jogos fora de casa, com sete rodadas na competição. E perder para adversários diretos, como Sampaio Corrêa, Ponte Preta e Londrina, certamente pesou a favor de sua saída.

Pelo trabalho já feito e avaliando os jogos recentes pelo ponto de vista de dois pênaltis perdidos e um festival macabro de chances desperdiçadas, o treinador merecia mais alguns jogos de crédito. O próximo, diante do Tombense, em casa, seria crucial. Mas a diretoria entendeu que era melhor demiti-lo antes e grande parte da torcida comemorou a decisão. Concordando ou não, é do futebol e dá para entender a insatisfação.

Contudo, o Brusque parece não ter condições de trazer algum treinador mais experiente com a Série B. E a opção foi por Luan Carlos, ex-auxiliar de Jerson Testoni em 2021 e que se destacou ao ser vice-campeão catarinense com o Camboriú em 2022. Em 2020, já havia sido vice-campeão goiano pelo Goianésia.

Por mais competente e estudioso que seja, Luan Carlos é a aposta mais aposta que o Brusque conseguiria fazer no momento. Não era unanimidade no Caxias, time que comandou por cerca de 40 dias antes de agarrar a grande oportunidade neste seu bom início de carreira. Tirando seu período como auxiliar, ele ainda não conviveu com o nível da Série B. Precisará lidar com uma pressão enorme e entregar resultados imediatos. Há riscos para treinador e clube.

O problema do Brusque neste início de Série B não se resume a Waguinho Dias. Passa por como alguns reforços ainda não corresponderam às expectativas, por como o departamento médico do clube vive lotado, por como o time não tem um centroavante e as apostas feitas para substituir Edu estão passando longe de ser um sucesso. (Alex Sandro foi ótimo no Catarinense, mas não dá para colocar tudo nas costas de um jogador improvisado em má fase).

Outro problema foi nutrir expectativas de que o Brusque entraria para brigar pelo acesso contra Cruzeiro, Grêmio, Vasco, Bahia, Sport, entre outros. Isto pode distorcer um pouco a noção da capacidade do time. O Brusque ainda é o clube esforçado, com pouca estrutura, orçamento reduzido, que sofre para achar lugar para treinar em dia de chuva, e tem um elenco levemente melhor do que o de 2021, mas muito carente no ataque. O objetivo é a permanência. Se depois for possível se enfiar no meio de clubes infinitamente maiores, ótimo.

Impossível saber se Luan Carlos trará um impacto positivo imediato. É um treinador que parece ter ideias de jogo que se aproximam do que o Brusque vem fazendo nos últimos anos. Tê-lo para disputar uma Série B logo de cara assusta um pouco, mas não há muito mais o que falar até que o jovem treinador passe por alguns jogos. Que tenha sucesso e vida longa no quadricolor.


Receba notícias direto no celular entrando nos grupos de O Município. Clique na opção preferida:

WhatsApp | Telegram


• Aproveite e inscreva-se no canal do YouTube

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo