João Vítor Roberge

joao@omunicipio.com.br

Elenco do Brusque para a Série B é numeroso e, à primeira vista, muito qualificado

Montagem do plantel permite que comissão técnica tenha opções variadas e de qualidade

João Vítor Roberge

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Elenco do Brusque para a Série B é numeroso e, à primeira vista, muito qualificado

Montagem do plantel permite que comissão técnica tenha opções variadas e de qualidade

João Vítor Roberge

O Brusque começa a Série B de 2022 com diferenças muito claras em relação ao ano passado ou à Série C de 2020, e elas estão principalmente na formação de elenco. Foram 12 reforços até aqui, com quatro saídas de jogadores que não vinham sendo aproveitados: Rafael Costa voltou ao Grêmio, enquanto Diego Mathias, Jonatha e Marco Antônio foram emprestados, e Allan Roden, goleiro natural de Brusque, ainda não teve o contrato renovado.

Isto deixa o Brusque com 36 jogadores ao fim da janela de transferências de abril, e uma média de idade bastante elevada, que beira os 30 anos (17 atletas terão 30 anos completos até o fim da temporada). Até pode haver novas baixas, mas é de se duvidar que o quadricolor tenha menos de 30 atletas até a reabertura da janela, em julho. Porque é necessário ter um plantel com muitas (e qualificadas) opções, para evitar os problemas dos dois últimos anos. E parece ser o caso atualmente.

Em 2021, muita coisa deu errado porque, coincidentemente, quase todos os reforços para a Série B se lesionaram no início do campeonato. O quadricolor teve bancos de reserva muito escassos em diversos momentos. No início, por conta dos desfalques, o Brusque teve praticamente o mesmo elenco do Catarinense, com a diferença fundamental sendo a saída de Júnior Pirambu e a entrada de Edu. Somente na reta final foi possível contar com mais opções. Em 2020, com os efeitos da pandemia sendo devastadores no futebol, as consequências foram enormes, e o elenco que terminou a Série C era menor.

Eram bons elencos para aqueles momentos, até porque os objetivos foram cumpridos nos dois anos. Mas a qualidade e a quantidade são diferentes em 2022. E, depois de 2021, o Brusque é visto não mais como um aventureiro perdido pelos olhos de fora, mas como um clube capaz de se consolidar na Série B, e talvez fazer um pouco mais. Vejamos como a comissão técnica vai lidar com tantas novas opções, algumas delas concorrendo com nomes consagrados vestindo o manto quadricolor. E esperamos que a força que o elenco tem no papel seja refletida (e talvez até superada) em campo.

O erro entre os acertos

Entre tantos acertos do departamento de futebol, há um erro: o modo com que foi tratada a vinda do atacante Guilherme ao Brusque. Aos 33 anos, ele não entrava em uma partida oficial desde outubro de 2020, e teve sua contratação anunciada como um reforço que poderia ajudar no estadual. No entanto, sequer conseguiu entrar em campo. Após um período de recuperação, se lesionou outra vez e teve os planos frustrados.

Entrando um pouco no modo “engenheiro de obra pronta”, ou “profeta do passado”, teria sido muito mais prudente recebê-lo para que ele pudesse se recuperar na cidade, sem anunciar uma contratação que gerou tanta expectativa e dúvidas entre torcedores e imprensa. Se Guilherme se recuperasse, aí sim, talvez, o Brusque poderia iniciar uma negociação para trazê-lo, anunciá-lo publicamente em condições e, aí sim, torná-lo uma opção relevante. Apenas para controlar as expectativas externas. A saída de Guilherme foi tão aleatória quanto sua chegada e, a princípio e felizmente, o impacto financeiro foi considerado irrelevante.

Isto compromete o trabalho de um clube campeão catarinense e que ficou invicto por 15 jogos? Claro que não. Significa que o trabalho da diretoria é ruim? É óbvio que não. Foi apenas uma má experiência que serve de aprendizado, entre tantas boas surpresas e contratações acertadas nesta temporada e antes dela. Vida que segue.


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