Raul Sartori: comemoração por morte de Olavo de Carvalho é comportamento da Idade Média
Raul Sartori: comemoração por morte de Olavo de Carvalho é comportamento da Idade Média
- Por Raul Sartori
- 27/01/2022
- 8:00
Respeito
Deploráveis as manifestações de algumas pessoas nas redes sociais acerca da morte do escritor Olavo de Carvalho. Algumas postagens lembram de comportamentos da Idade Média, quando inimigos faziam questão de mostrar as cabeças de seus inimigos fincadas em estacas, como vitoriosos troféus. Tristemente, alguns parecem ter regredido séculos em respeito e civilidade. A propósito, o cronista Ruy Castro foi cruel. Escreveu: “Morreu Olavo de Carvalho. Considerado um imbecil por todos os filósofos e um filósofo por todos os imbecis”.
Roleta
Há muita excitação no que pode ser chamado, no futuro, de “Circuito da Roleta” em SC, representado pelos municípios de Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, deve colocar em votação, já na próxima semana, proposta que regulariza jogos de azar, como jogo do bicho, cassinos e bingos. Nas três cidades há investidores sedentos, apesar da resistência da bancada evangélica.
Dinheiro esquecido
A última estimativa diz que cerca de 28 milhões de brasileiros têm dinheiro esquecido em bancos. Nem tão esquecidos assim. Como pessoa jurídica, o colunista pagou duplamente uma fatura de cerca de R$ 500 para a Receita Federal e abriu um procedimento para devolução. Já passa de cinco anos, e nada. Mas já lhe foi negada uma certidão negativa porque devia à mesma Receita Federal uma “dívida” de menos de menos de R$ 100.
Caixas de som
Goiás deve ter trocentas duplas que cantam o gênero sertanejo universitário, de gosto muito duvidoso, quando não com letras machistas e preconceituosas em relação às mulheres. Os agroboys goianos que veraneiam em Balneário Camboriú e que gostavam de exibir suas preferências musicais em plena praia estão desconsolados. A prefeitura proibiu o ruidoso exibicionismo. Ninguém pode ser obrigado a ouvir o que não quer. No caso, mau gosto, com raríssimas exceções, no nível máximo.
Cleptocracia
Lido, alhures: com o Orçamento da União sancionado por Bolsonaro e o Centrão governando o Brasil de fato – inclusive com vários congressistas catarinenses – pode-se dizer que estamos diante de um marco na história do Brasil: o dia em que a democracia deu lugar à cleptocracia.
Bancada da educação
Diz “O Globo” que um grupo de ex-reitores e ex-presidentes de entidades ligadas ao ensino superior se movimenta para eleger em outubro uma “bancada da educação, ciência e tecnologia” no Congresso. O movimento ocorre em reação à política de cortes nas universidades e institutos federais adotada no governo Bolsonaro. Dentre os nomes já colocados que pretendem concorrer a vagas não está nenhum catarinense.
Burle Marx
Quanto à Florianópolis, vai ser muito difícil a tarefa de um grupo de mulheres do Rio de Janeiro que está à frente da organização do acervo com mais de 120 mil itens do Instituto Burle Marx, que quer reunir plantas de projetos, pinturas, fotografias e cartas que ajudam a entender a profundidade do legado do precursor do discurso ambiental. É dele, na Ilha de SC, o projeto – agora totalmente desfigurado e irreconhecível – do Aterro da Baia Sul, implantado no início dos anos 1970. Um completo desrespeito ao grande mestre do paisagismo.
Garantia
Oito governadores já aceitaram manter o ICMS dos combustíveis congelado por mais 90 dias. Entre eles Carlos Moisés.
Inelegibilidade
A página do Tribunal Superior Eleitoral está divulgando a lista dos gestores públicos que tiveram prestações de contas rejeitadas por irregularidade insanável pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em decisão irrecorrível e que, por isso, estão impedidos de concorrer às eleições deste ano. Há dezenas de catarinenses lá, com nome, CPF, Estado e Município de origem, número do processo, as decisões (acórdãos) sobre cada um, as datas de trânsito em julgado e final da ação na Corte de Contas. Um belo serviço.
Gênero
O governo estadual manda dizer que é falsa a mensagem que circula em redes sociais informando que o tema identidade de gênero integra o currículo escolar de crianças e adolescentes na rede estadual de ensino de SC. Propagado por perfis que se escondem atrás do anonimato em ano eleitoral, o boato não tem fundamento.