Assassina da grávida de Canelinha é condenada: veja as penas aplicadas
Julgamento, que durou mais de 12 horas, ocorreu nesta quarta-feira, na Câmara de Vereadores de Tijucas
Julgamento, que durou mais de 12 horas, ocorreu nesta quarta-feira, na Câmara de Vereadores de Tijucas
Rozalba Maria Grime, 27 anos, foi condenada a 56 anos e 10 meses de prisão, em regime inicial fechado, mais oito meses de detenção, pelo assassinato de Flavia Godinho Mafra, em agosto do ano passado. Ela não poderá recorrer em liberdade pois a pena é superior aos 15 anos.
O julgamento foi realizado nesta quarta-feira, 24, na Câmara de Vereadores de Tijucas. Por maioria dos votos, os jurados decidiram condenar Rozalba, que já havia confessado o crime, no início das investigações.
O assassinato de Flavia, que estava grávida de 36 semanas, teve repercussão nacional. Em 27 de agosto de 2020, Rozalba atraiu a vítima – que era sua conhecida – para um chá de bebê surpresa, em Canelinha, onde elas viviam.
A assassina levou Flavia até uma cerâmica abandonada, e lá, a golpeou na cabeça com um tijolo. Posteriormente, Rozalba usou um estilete para abrir a barriga da vítima e tirar seu bebê do útero. A intenção era ficar com a criança. Rozalba havia engravidado em novembro de 2019, mas sofreu um aborto ainda no início. Ela escondeu que perdeu o bebê de toda a família e agiu como se estivesse grávida durante os nove meses seguintes. Chegando perto da data do suposto parto, ela começou a planejar o crime.
Rozalba foi condenada por todos os crimes pelos quais foi denunciada pelo MP-SC: homicídio qualificado, tentativa de homicídio e mais quatro crimes conexos – ocultação de cadáver, fraude processual , subtração de menor e parto suposto.
Os jurados também seguiram o entendimento do MP-SC em relação às qualificadoras do homicídio cometido contra Flavia – feminicídio, motivo torpe, mediante emboscada, com uso de meio cruel e para garantir a consumação de outro crime.
Com relação à tentativa de homicídio contra o bebê, os jurados também entenderam, como o Ministério Público, que cabia a qualificadora de ter sido praticado sem dar chances à vítima.
O julgamento, presidido pelo juiz José Adilson Bittencourt, teve o depoimento de seis testemunhas de acusação. A defesa tinha arrolado uma testemunha, o irmão de Rozalba, porém, ele não compareceu pois está em isolamento devido à suspeita de Covid-19.
A defesa, então, solicitou a substituição da testemunha por um médico psiquiatra que foi contratado pelas advogadas de Rozalba. Ele participaria do júri na condição de informante, e não testemunha.
A promotoria não concordou com a substituição, pois alegou que o psiquiatra sequer trabalhou no caso e não teve contato com Rozalba. Também questionou o fato dele estar em São Paulo. “Se ele pode fazer videoconferência, porque a testemunha que está em casa com suspeita de Covid-19 não pode”.
O juiz acatou o pedido da defesa e concedeu o tempo para a conferência. Entretanto, como o médico estava no aeroporto, dentro de um avião. Logo a sua participação foi encerrada, o que irritou a defesa.
O julgamento iniciou por volta das 8h30 e se estendeu até às depois da meia-noite, quando o juiz anunciou a sentença. O pai, a mãe e o viúvo de Flavia acompanharam todo o trabalho, inclusive, o marido da vítima chegou a depor de forma breve.
Agora, Rozalba segue para o presídio de São José, onde já estava detida.
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