João Vítor Roberge

joao@omunicipio.com.br

Sobre as expectativas e a defesa do Brusque na Série B

Com a realidade dando com o pé na porta há meses, permanência na Série B passa por não ter uma defesa pífia

João Vítor Roberge

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Sobre as expectativas e a defesa do Brusque na Série B

Com a realidade dando com o pé na porta há meses, permanência na Série B passa por não ter uma defesa pífia

João Vítor Roberge

Pelo andar da carruagem, o Brusque precisará operar um milagre do nível do acesso de 2020 para permanecer na Série B. A esta altura, na tabela ao fim da 34ª rodada, nem mesmo os três pontos perdidos pela diretoria fariam grande diferença como faziam há pouco tempo. Hoje, o time permaneceria no 16° lugar, mas com uma rodada de alívio.

Aquele breve momento de otimismo e vislumbre de escalada com as vitórias por 2 a 0 sobre Brasil e Guarani não durou e se transformou em total desconfiança. Porque, agora, o Brusque é uma piada de mau gosto enquanto se defende. Independentemente de todas as limitações que esta equipe e este clube possam ter para uma Série B, é anormal levar os gols que leva. Por mais que tenha melhorado na frente, o time não vai fazer quatro gols em cada um dos próximos quatro jogos, então é recomendável que, defensivamente, passe a ter alguma segurança.

São 52 gols sofridos, 12 nos últimos quatro jogos, 17 nos últimos seis. E há mais de um mês não há perspectivas de melhora. Ninguém encontra uma solução. Não há dupla de zaga ou grupo de volantes que resolva, então o problema é crônico e complexo. Fora de casa, na Série B, são 36 gols sofridos em 17 jogos. E da oitava melhor campanha do turno, caiu para a 16ª do returno, faltando quatro rodadas.

Em outra parte, jamais pode ser esquecida, independentemente de manutenção ou rebaixamento, a responsabilidade das pessoas que causaram a perda dos três pontos. Os jogadores e comissão técnica passaram e passarão boa parte do segundo turno sob enorme pressão por uma autossabotagem feita de forma institucional.

O Brusque pode fracassar no seu terceiro objetivo do ano, depois de cair nas semifinais do Catarinense e na primeira fase da Copa do Brasil. Ser rebaixado significaria não conseguir ficar à altura do enorme desafio a que se propôs. Esportivamente, seria um ano perdido, depois de tantas conquistas e campanhas históricas.

Mas a verdade é que estamos todos mal acostumados com o Brusque. Em temporadas consecutivas, de um jeito ou de outro, cedo ou não tarde demais, o time consegue tudo o que quer dentro de campo, com a geração mais vitoriosa da história do clube dentro e fora das quatro linhas. Olhando tudo em perspectiva, não está acontecendo nada de muito absurdo atualmente (tirando o desastre impressionante que é a defesa).

O Brusque pôde dar um passo maior que a perna, não é segredo. Ao dar este passo, só está tentando se equilibrar num quase-espacate, em meio à estrutura limitadíssima e os resquícios de amadorismo, que são incompatíveis com a realidade da Série B. Quem não esperava esta luta árdua contra o rebaixamento quis se enganar ou ser enganado. E a partir da 15ª rodada, a realidade chegou com o pé na porta, começando com diversas lesões e suspensões, mostrando que as expectativas eram corretas: o 16º lugar é motivo de festa.

No mais, a torcida fez sua parte de forma espetacular na vitória contra o Náutico, e precisará continuar nesta pegada contra CRB e Operário. Ainda é possível, ainda depende só do Brusque, e se a permanência for garantida, é porque terá corrigido diversas falhas, especialmente defensivas. Internamente, precisa haver autocrítica e união. Há capacidade neste time para cumprir o objetivo.

Pelos próximos 19 dias, teremos dois caminhos possíveis. Em um, está uma curta arrancada de última hora, como na campanha do acesso. Ou então, no cenário mais sombrio, se a carruagem continuar falhando como falha, vai voltar a ser abóbora ao fim de novembro. Vejamos como será o próximo passo, diante de 30 mil pessoas no Mineirão.


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