João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - joaojoseleal@omunicipio.com.br

Academia Catarinense de Letras no mundo da comunicação virtual

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - joaojoseleal@omunicipio.com.br

Academia Catarinense de Letras no mundo da comunicação virtual

João José Leal

Algumas datas comemorativas podem até ser vazias de qualquer valor ou significado histórico. Mas, a grande maioria delas guarda consigo o registro de um momento histórico importante, pleno de simbolismo a ser lembrado por um grupo humano, uma comunidade, um povo ou uma nação. Pois, assim tem sido para os acadêmicos em relação à data de fundação de sua Entidade, a Academia Catarinense de Letras.

No momento em que a pandemia nos obrigava ao isolamento social e a nos afastar de estranhos, dos amigos e até dos parentes, a nossa Academia completava 100 anos de existência, fundada que foi no dia 30 de outubro de 2020. O fato é que tão importante data parece ter sacudido, da melhor forma possível, a vida dessa Instituição literária.

A começar pelas suas reuniões mensais que, em respeito às determinações da saúde pública, passaram a ser realizadas por meio eletrônico. Essa importante inovação tem permitido que os acadêmicos residindo fora da capital, participem dessas reuniões sem sair de suas residências. Além disso, uma série de eventos culturais e literários, lançamentos de livro, painéis e palestras, concursos e premiações de obras no campo da Literatura, vêm sendo realizados também por meio eletrônico.

Desde sua fundação, sempre que uma de suas 40 Cadeiras fica vaga, edital é publicado nos meios de comunicação social. Então, escritores nascidos em nosso Estado ou aqui radicados há mais de 20 anos, com produção literária de reconhecido mérito, candidatam-se à eleição para escolha de um novo acadêmico. Durante 100 anos, essa escolha foi feita em Assembleia por meio do voto secreto e impresso. A apuração dos votos deveria cumprir um ritual de atos e regras – voto pelo correio ou presencial, contagem manual e incineração imediata das cédulas num prédio antigo e sujeito a incêndio – pouco simpáticas às ideias da Literatura pós-moderna e sem amarras deste século 21

Na semana passada, a Assembleia Geral que elegeu 5 novos acadêmicos escreveu uma nova e importante página na vida da centenária instituição literária. Refletindo esse novo tempo de comunicação virtual, a eleição foi integralmente realizada por meio eletrônico. Assim, com a valiosa ajuda do sistema eleitoral da OAB/SC, parte dos acadêmicos votaram na sede da Academia. Outros, no entanto, por residirem fora da capital puderam votar em suas casas, no seu computador ou até mesmo onde estivessem, desde que com o celular na palma da mão. Votos da Espanha, do Rio, de Brasília, de Brusque e de outras cidades foram proferidos e computados durante a histórica Assembleia.

Como se vê, ao completar 100 anos de existência, a ACLetras se renova e intensifica suas ações em prol da cultura literária catarinense. Penso que a sua condição de secular Instituição tem motivado os atuais acadêmicos, especialmente, o seu presidente Moacir Pereira e demais dirigentes a se empenhar com afinco para honrar e engrandecer o ideal que animou José Arthur Boiteux e os demais fundadores da nossa Academia.

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