Após 42 anos, Pedrinho do Baú decide encerrar venda das rifas em Brusque

Figura conhecida na cidade, ele já vendeu 64 prêmios da Trimania na banca

Após 42 anos, Pedrinho do Baú decide encerrar venda das rifas em Brusque

Figura conhecida na cidade, ele já vendeu 64 prêmios da Trimania na banca

Pedro Paulo Reitz, conhecido como Pedrinho do Baú, decidiu encerrar a carreira e se aposentar no fim de julho. Figura conhecida entre os brusquenses, Pedrinho trabalha há mais de quatro décadas vendendo rifas. Ele se orgulha por já ter vendido mais de 200 bilhetes que resultaram em prêmios aos clientes.

Aos 81 anos, o vendedor conta que a pequena sala, localizada na praça Barão de Schneeburg, no Centro de Brusque, abrigou o trabalhador por 42 anos. Nas paredes haviam inúmeras fotos dos vencedores dos prêmios, que foram retiradas após a decisão de Pedrinho.

Ao comunicar aos familiares sobre o encerramento das atividades, marcado para 31 de julho, ele conta que muitos pediram para ele continuar no ramo. No entanto, Pedrinho disse que “a decisão está tomada”. Agora ele pretende descansar e aproveitar a vida.

Pedrinho atende todos os clientes com muito carinho | Foto: Eliz Haacke/O Município

Trabalhador 

O morador do bairro Souza Cruz afirma que começou a trabalhar na infância. Aos 9 anos ele iniciou com a venda de cocadas. Aos 11 anos conseguiu um novo trabalho onde cuidava de uma vaca, dava banho, comida e levava para passear.

Sobre o início precoce no mercado de trabalho, Pedrinho explica que na época era comum os filhos começarem a trabalhar cedo, além de acatar o pedido do pai.

Mais tarde, aos 13 anos, começou a trabalhar na indústria têxtil Intelba, onde ficou até os 18. Depois começou a atuar como garçom no antigo Café Pigalli e, posteriormente, foi auxiliar de motorista de caminhão.

Mais tarde, por volta de 1979, ele iniciou as vendas de rifas. O vendedor conta que começou com o Baú da Felicidade, que originou o apelido carinhoso. Além disso, trabalhou com vários outros carnês como o Show de Prêmio, Bola de Ouro, e o mais recente, Trimania, que vende há 14 anos.

Desde que iniciou no ramo de vendas de rifas, Pedrinho sempre teve o apoio da família. “Eles até tentaram mudar a minha opinião, mas não dá mais. Cheguei ao fim do meu trabalho, mas não da vida, pois pretendo viver bastante”, enfatiza.

Ele já participou de algumas edições do programa da Trimania | Foto: Eliz Haacke/O Município

Família

O trabalhador conta que em 1944 ele e a família, que morava no bairro Tijipió, em São João Batista, se mudaram para Brusque. Desde então, Pedrinho viu a cidade crescer e se desenvolver.

Ele diz que a banca de venda sempre esteve localizada na praça e viu tudo mudar. “Onde hoje é o Banco do Brasil tinha uma lagoa antigamente. Aqui era tudo mato e eu vi a cidade crescer”, recorda.

Casado com Ilete Tormena Reitz, 74, ele é pai de Patricia Reitz, 52, Michele Nunes, 46, e Andrei Pedro Reitz, 39.

Os filhos são motivo de orgulho de seu Pedrinho, que fala com carinho de cada um. “Eles são tranquilos, todos nos damos muito bem e todos são independentes”.

Clientes antigos

Pedrinho recorda que há clientes que compram rifas com ele desde que iniciou no trabalho. E o tratamento é o mesmo: ao receber o cupom preenchido, ele deseja boa sorte ao concorrente.

Há três anos, ele recorda que atendia cerca de 2,7 mil clientes por semana. No entanto, com o avanço da internet, aplicativos e novos pontos de venda, a clientela diminuiu e, atualmente, ele atende cerca de 500 pessoas por semana.

Ademir é amigo de Pedrinho há 30 anos e já foi um dos sorteados | Foto: Eliz Haacke/O Município

O vendedor se orgulha de já ter vendido 64 bilhetes com prêmios apenas da Trimania, além dos 154 de outros sorteios. Foi na banca dele que saíram prêmios de R$ 100 mil, R$ 200 mil e R$ 300 mil.

Um dos sortudos foi Ademir Vinotti, 74, que em agosto de 2019 foi premiado com R$ 200 mil. Ele frequenta a banca há 30 anos e se considera amigo de Pedrinho. “Toda semana estou aqui para comprar um novo bilhete”.

Pedrinho aproveita para agradecer aos fregueses e amigos que fez ao longo das últimas quatro décadas e avisa: “a vida continua”.

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