João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - joaojoseleal@omunicipio.com.br

Salve, enfermeira

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - joaojoseleal@omunicipio.com.br

Salve, enfermeira

João José Leal

A importância da Medicina e do seu profissional, o médico, todos fazemos questão de reconhecer. Principalmente, quando saímos do consultório com a saúde no corpo ou caminhando do hospital, depois de um tratamento bem sucedido. Mas, nem sempre lembramos da enfermeira ou do enfermeiro que passa o tempo inteiro ao nosso lado quando estamos internados, confinados num quarto de hospital.

Profissão antiga, um dia só exercida por freira de fé, de juramento e de hábito religioso dos tempos medievais, a história moderna da enfermagem tem as suas mulheres-heroínas, que enfrentaram guerras para levar suas mãos de anjo e de conforto aos soldados necessitados de assistência para aliviar a dor de seus corpos feridos, mutilados e ensanguentados. Essa história começa no século 19, com a inglesa Florence Nightingale considerada a patrona da enfermagem moderna.

Nós, temos também a baiana Ana Néri, considerada a primeira enfermeira brasileira. Voluntariamente, deixou o conforto e a segurança do lar para cuidar com amor e carinho dos feridos cheios de dor e sofrimento tombados na Guerra do Paraguai. Com justiça, é homenageada em todo o país como a mãezona da enfermagem brasileira.

Hoje, tudo muda de forma inevitável, é o tempo da enfermeira de diploma universitário. E, também, do técnico e auxiliar de enfermagem. No entanto, quando estamos doentes num hospital, a enfermeira continua sendo aquela mesma profissional que nos tratará com delicadeza, carinho e que sempre nos levará esperança.

Mesmo que os familiares nos façam companhia, há sempre aquelas horas de agonia, de tensão, de dor, de sofrimento e, é claro – ninguém é ferro, principalmente, o doente – aqueles momentos de medo diante da doença e da sombra sinistra da morte, que não deveria, mas, nos assusta.

E quem está sempre conosco, nas horas marcadas ou quando chamada pelo apito da campainha que vai soar numa sala que não sabemos onde fica, a não ser a esperança de que ela vai aparecer com seu uniforme, que já foi obrigatoriamente branco como a neve, mas hoje pode ser verde ou azul-claro?

É a enfermeira, esse anjo dos corredores hospitalares que aparecerá à cabeceira do nosso leito, que torcemos para não ser de morte. Vem nos medir a pressão e a febre, dar o remédio e a injeção que alivia a dor e o sofrimento, a nos estender a constrangedora comadre sem afilhado ou o papagaio que não fala, mas alivia a nossa agonia fisiológica. E, ainda de quebra, nos leva uma palavra de conforto que espanca a tristeza, de esperança que nos anima, dizendo que está tudo bem e que a gente vai melhorar.

Essa verdadeira enfermeira ou também enfermeiro claro, hoje, comemora o seu Dia, trabalhando porque não é funcionária pública.

Com esta crônica, redigida com as ataduras e esparadrapos da gratidão e com uma boa dose de admiração e carinho, homenageio essa importante profissional para a saúde de todos nós.

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