Covid-19: entenda protocolo de cidade do interior paulista que será utilizado em Brusque

Medicação será aplicada em uma espécie de projeto piloto para brusquenses que se voluntariarem

Covid-19: entenda protocolo de cidade do interior paulista que será utilizado em Brusque

Medicação será aplicada em uma espécie de projeto piloto para brusquenses que se voluntariarem

O prefeito Ari Vequi e o secretário de Saúde de Brusque, Osvaldo Quirino de Souza, visitaram Porto Feliz (SP) na última sexta-feira, 29, para conhecer o que o é classificado como “tratamento precoce” contra a Covid-19 desenvolvido na cidade.

O convite para visita foi feito pelo empresário Luciano Hang, da Havan, e pelo prefeito de Porto Feliz, Antônio Cássio Habice Prado, que também é médico. Hang, aliás, encampa uma campanha de arrecadação de recursos para custear os medicamentos do tratamento, tendo realizado ontem um ato com empresários que apoiam a iniciativa. Ele disponibilizou uma conta pessoal, que não está utilizando, para o recebimento de doações, com os seguintes dados: banco Santander, agência 1636, conta corrente 01003085-3, CPF 516814479-91 e PIX 516814479-91. Hang afirma que mudará o nome da conta para o da campanha, assim que possível.

Protocolo de Porto Feliz

O secretário de Saúde conta que, no encontro, o prefeito da cidade do interior paulista apresentou números da pandemia na cidade. Ele explicou aos representantes da comitiva brusquense que atribui o número de mortes menor comparado aos municípios da mesma região à medicação que está sendo distribuída à população.

Ele explica que a prefeitura da cidade paulista distribui doses de cloroquina, ivermectina, zinco, vitamina B e D para casos confirmados ou suspeitos de Covid-19, ainda que não haja eficácia comprovada cientificamente.

Apesar de ter sido divulgado que a cidade de Porto Feliz tem “índice de letalidade em decorrência do coronavírus muito baixo, tanto em nível regional, como estadual e nacional”, na prática, os números não são diferentes dos de Brusque.

Porto Feliz, que tem pouco mais de 53 mil habitantes, tem uma média de mortos em relação a casos confirmados bem similar aos números de Brusque. De acordo com boletim epidemiológico de sexta-feira, 29 – o mais atualizado do município -, a cidade registrou 3815 casos de Covid-19, e teve 30 mortes causadas pela doença. Na prática, um óbito a cada 127 pessoas contaminadas, em média.

Brusque, por sua vez, com 137 mil habitantes, registrou 121 mortes entre os 15.485 casos de Covid-19 confirmados até este domingo, 31. Em média, a letalidade é a mesma de Porto Feliz: um óbito a cada 127 contaminados. 

Aplicação em Brusque

Souza explica que, em Brusque, a distribuição dessa medicação será feita em uma espécie de projeto piloto, apenas para pessoas que se voluntariarem.

Ele destaca que a utilização de todos os medicamentos para “tratamento precoce” para a Covid-19 ainda divide opiniões entre autoridades médicas, mas que se percebeu que a maioria dos óbitos em Brusque foi de pessoas que não passaram pelo Centro de Triagem e também não utilizaram a medicação do protocolo já aplicado na cidade.

“É um tempo muito curto de pandemia, nenhum estudo definitivo foi desenvolvido até agora. Então, se decidiu com os infectologistas da cidade que vamos fazer um estudo prospectivo, vamos deixar à disposição até que se tenha a vacina, principalmente nos bairros que se tem mais casos, como o Limeira”. 

Segundo o secretário, as pessoas que quiserem vão poder procurar a medicação para o tratamento precoce que é usado em Porto Feliz. O empresário Luciano Hang abriu uma conta em seu nome para arrecadar fundos e comprar os medicamentos para distribuir esses medicamentos.

Em relação ao protocolo que vinha sendo utilizado em Brusque, o que está sendo importado de Porto Feliz é a utilização do zinco, que é uma vitamina, e da ivermectina.

“Será feito um estudo para ver a eficácia até que se consiga a vacinação em massa, até porque não se sabe quando isso vai acontecer. (A eficácia desses protocolos) ainda carecem de comprovação científica, com estatísticas e aprofundamento mesmo, como tudo na Covid-19”.

Souza ressalta que médicos e pacientes têm a liberdade de optar ou não pelo uso dessa medicação na cidade. “Ainda é tudo muito novo, mas (essa medicação) ficou muito difundida da sociedade. Os conselhos de medicina não se manifestaram tacitamente, deixaram a critério individual. Não se obriga ninguém a tomar e nem ao médico prescrever”.

A prefeitura está fazendo um levantamento e ainda não tem previsão de quando a medicação estará disponível. O valor necessário para a aquisição dos medicamentos será repassado a Hang e a distribuição deve iniciar assim que o empresário fizer a compra e repassar para o município.


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