Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

2020 se foi… como será 2021?

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

2020 se foi… como será 2021?

Pe. Adilson José Colombi

Não há uma resposta pronta e exata. Alguns tentam e se dão mal, ao logo do ano. Ninguém consegue ver, com antecedência, o que nos reserva a história. Mas, algumas linhas básicas de vida, podemos ter presentes, mesmo no início de um ano novo. Porque têm atitudes e valores que dependem de cada um ou cada uma, não importa o que aconteça em nós ou ao nosso redor. São posições estritamente pessoais e que exigem uma de seleção e escolhas, bem definidas. São aqueles valores que norteiam nossa conduta, segundo nossa vocação e missão, que escolhemos para a construção de nossa vida.

Para quem crê e, sobretudo, acredita na Pessoa e na Proposta de Vida, trazida por Jesus de Nazaré da parte do Pai, encontra uma luz (estrela) que oferece um caminho diferente dos que eram propostos antes daquele que os Magos (Sábios do Oriente) viram, escolheram e seguiram livremente. Eles viram a estrela e a seguiram até encontrar um Menino, envolto em panos, em uma manjedoura. É o que celebrávamos na Solenidade dos Reis ou Epifania (Manifestação), domingo passado. Encontraram um modo novo de viver, iniciaram um estilo de vida diverso, fecundado pela esperança. Esperança de um futuro melhor, com mais liberdade, com perspectivas de vida com novos valores que dão um rumo, conteúdo, sentido em sua existência, além do horizonte apenas humano. Esperança que abre a existência humana para uma vida plena e definitiva em direção à eternidade, independente do que acontece ao seu redor.

Essa reflexão brotou de uma frase que, nesses últimos dias escutei com frequência: “2020 foi um ano para esquecer! ”. Penso que não seja o melhor caminho a seguir. Não é possível apagar (deletar, usando um termo emprestado da informática) a história, seja pessoal, familiar ou sociocultural. É jogar no lixo da história um tesouro precioso, porque é a própria vida. Não há vida sem história. Então, se faz necessária uma postura muito diversa diante do que foi vivido. Não basta buscar a qualquer custo a felicidade, fazendo promessas que a maioria delas não passam de boas intenções. Felicidade é uma conquista diária, a partir de um conjunto de valores selecionados entre tantos disponíveis e assumidos com maturidade e responsabilidade.

Portanto, não se trata de “apagar” 2020, mas de olhá-lo com lentes diferentes, não só com as lentes que se são direcionadas, apenas, para os fatos negativos, sobretudo, dos suscitados pela Covid-19, mas olhar o ano no seu conjunto. Aí, serão descobertos, talvez muitos esquecidos ou sombreados, acontecimentos muito bonitos, cheios de sentido e agradáveis. Vai se notando, pouco a pouco, que 2020 foi muito mais rico e positivo, cheio de momentos de intensa felicidade que foram obscurecidos por notícias, boatos, eventos… que, se considerados fora da totalidade do ano parecem ser a única tônica do passado. Essa visão da vida mata toda a esperança de novos dias, alimentados pela esperança.

Essa esperança não pode ser qualquer esperança, mas aquela que os Reis Magos viram porque estavam atentos aos sinais que “falam” e que os guiou até Belém de Judá ao encontro com “Aquele que é Luz das Nações”. Aquele que abre novos horizontes para a existência humana, em qualquer tempo e circunstâncias transitórias, que mais ninguém consegue ofertar. Esperança que nasce da fé e, simultaneamente, alimenta-a constantemente e que impulsiona o existir humano, na conquista da felicidade que está sempre à frente no futuro, construído a partir do passado, com os valores vividos no presente, aberto ao “futuro eterno” na Casa do Pai.

Feliz e Abençoado Ano Novo de 2021, cheio de esperança de novos dias!

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