Quais setores mais reduziram arrecadação de impostos durante a pandemia em Brusque
Levantamento da Secretaria da Fazenda mostra as diferenças na arrecadação em 2019 e 2020
Levantamento da Secretaria da Fazenda mostra as diferenças na arrecadação em 2019 e 2020
Levantamento realizado pela Secretaria da Fazenda de Brusque mostra os cinco setores mais afetados pela pandemia dentro do segmento de serviços do município. O levantamento leva em consideração a arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS) em 2019 e 2020 e a diferença entre um ano e outro, no período de março a outubro de cada ano.
De acordo com a Secretaria da Fazenda, o setor que apresentou maior queda na arrecadação do imposto de 2019 para 2020 foi o de serviços relacionados ao cinema.
De março a outubro de 2019, segundo dados da pasta, a Prefeitura de Brusque teve uma arrecadação de R$ 93,8 mil provenientes destes serviços.
Já em 2020, com as salas de cinemas fechadas durante meses, a arrecadação de março até outubro foi de R$ 3,8 mil. Isso representa uma diferença de R$ 89,9 mil, ou seja, uma queda de 2308% de um ano para o outro.
Outro setor bastante impactado em Brusque foi o das agências de viagem. De acordo com a Secretaria da Fazenda, o setor arrecadou R$ 102,2 mil de ISS até outubro de 2019. Já em 2020, esse número caiu para R$ 25,4 mil. Uma queda de 301%. Em números absolutos: R$ 76,7 mil.
O transporte coletivo municipal é o terceiro mais impactado pela pandemia em Brusque. Em 2019, a empresa responsável pelo serviço no município arrecadou R$ 507,8 mil, de acordo com a Prefeitura de Brusque. Neste ano, entretanto, a arrecadação de ISS do setor caiu para R$ 202,6 mil. Uma diferença de R$ 305,2 mil de um ano para o outro.
O setor de hotéis e hospedagens também teve uma queda significativa na arrecadação do imposto de um ano para o outro. Em 2019, o segmento arrecadou R$ 253,3 mil. Neste ano, até outubro, a arrecadação foi de R$ 103,7 mil, uma queda de 145%.
O quinto setor mais impactado pela pandemia em Brusque, de acordo com a Secretaria da Fazenda, foi o financiamento via factoring. Esta é uma ferramenta muito utilizada pelas micro, pequenas e médias empresas, já que permite a antecipação de recursos de forma facilitada.
Em 2019, o factoring em Brusque representou uma arrecadação de R$ 464,8 mil para a prefeitura. Já em 2020, esse valor caiu para R$ 345,3 mil. Uma redução de 35%.
Na contramão dos números negativos, a Secretaria da Fazenda fez também um levantamento com os cinco setores que tiveram menos impacto com a pandemia até o momento, apresentando aumento na arrecadação do ISS.
O setor que mais cresceu na arrecadação do imposto em Brusque foi o da construção civil. Em 2019, o segmento arrecadou R$ 3,1 milhões. Já neste ano, a arrecadação pulou para R$ 5,4 milhões. Um crescimento de 42% de um ano para o outro.
Os serviços relacionados a tratamentos estéticos também cresceram na arrecadação do ISS em 2020, em comparação com o ano passado. Até outubro, o setor repassou à prefeitura R$ 167 mil, ou seja, 36% a mais do que no mesmo período de 2019.
As agências de publicidade também apresentaram crescimento na arrecadação do imposto em 2020. O serviço saiu de R$ 223,3 mil arrecadado até outubro de 2019, para R$ 346,7 mil no mesmo período em 2020.
A instalação e montagem de equipamentos repassou à prefeitura até outubro de 2019, R$ 188,5 mil em ISS. Em 2020, este número passou para R$ 292,4 mil.
Por fim, os serviços de agenciamento, corretagem e câmbio arrecadaram R$ 1,2 milhão em 2019, e 30% a mais neste ano: R$ 1,7 milhão.
O diretor-geral da Secretaria da Fazenda de Brusque, Guilherme Ouriques, destaca que a arrecadação da prefeitura nas últimas semanas, deve seguir o comportamento do resto do ano, sem oferecer muita variação.
De acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), em 2020, a Prefeitura de Brusque não está conseguindo cumprir as metas previstas na Lei Orçamentária Anual (LOA) para cada bimestre.
Nos primeiros quatro bimestres deste ano, a prefeitura cumpriu uma média de 97% da meta de arrecadação prevista.
“Dentro do cenário da pandemia, imagino que devemos nos manter em torno de 99% do atingimento total, conforme vem acontecendo durante o ano”, diz.
O diretor-geral destaca ainda que só será possível saber o quanto a pandemia afetou a economia do município e os reflexos futuros da arrecadação quando a pandemia passar totalmente. “Antes disso, podemos apenas fazer inferências pontuais referente a observações gerais”.