Racionamento: decreto do Samae proíbe desperdício de água em Brusque
Comitê de gestão de crise hídrica fiscalizará desperdícios com medidas semelhantes ás tomadas em 2019
Comitê de gestão de crise hídrica fiscalizará desperdícios com medidas semelhantes ás tomadas em 2019
Dois decretos entram em vigor em Brusque a partir desta terça-feira, 12, com o objetivo de controlar o uso de água no município por causa da estiagem: o 8611/20 coloca em prática o estado de alerta, e o 8612/20 cria o comitê técnico de gestão da crise hídrica. Ficará proibido o uso de água em residências para fins que não envolvam diretamente o ser humano ou animais. Na prática, as medidas repetem as mesmas tomadas em 16 de janeiro de 2019 e revogado posteriormente, em circunstâncias semelhantes.
O comitê é formado pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), pela Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema) e pela Defesa Civil. Ainda serão regulamentadas as punições para quem for flagrado infringindo as regras temporárias.
“A partir da proibição, faremos notificações, em fiscalização que será feito por estes órgãos. Havendo o desperdício de água comprovado, haverá notificação. Precisaremos regulamentar o decreto para a cobrança de multas”, comenta o diretor-presidente do Samae, Dejair Machado.
Em 2019, o texto informava que a água deve ser utilizada apenas para usos doméstico e higiênico e estabelece a proibição para lavação de veículos automotores; irrigação de jardins e flores; troca de água de piscina; lavação de calçadas, muros, pátios de prédios, condomínios e residenciais; e molhar as ruas. De acordo com Machado, a fórmula é praticamente a mesma em 2020.
Estão em operação os reservatórios do Bruschal e do Dom Joaquim, que, de acordo com Dejair Machado, ajudam um pouco a situação hídrica do município. No entanto, dos seis sistemas de tratamento isolados, dois estão em falência quase total, trabalhando de forma precária: o do Dom Joaquim e o do Santa Luzia.
“O rio Itajaí-Mirim ainda está dando conta e a situação, por enquanto, é de normalidade. O do Zantão está com dificuldades, mas se mantendo, assim como o da Limeira e o da Volta Grande. Os seis sistemas isolados abastecem 25% da população, dependendo exclusivamente da água da nascente. É o nosso maior problema.”
Os outros 75% da população são atendidos com captação de água do Itajaí-Mirim, e a princípio não há problemas de abastecimento. Funcionários do Samae realizaram uma pesquisa em todo o rio, realizando medidas de vazão e nível do rio, da nascente até o ponto de captação. A conclusão é de que a situação pode começar a piorar.
“A situação é realmente é de alerta. Está praticamente estrangulado [o rio]. Está passando um pouco de água, e há a previsão de vir alguma chuva considerável até o final de maio. Se esta situação seguir por mais dois meses, podemos ter problemas até mesmo no Centro. É uma projeção que fazemos em função dos níveis desde a nascente, em Vidal Ramos. Se isto não for revertido, teremos sérios problemas”, explica Machado.
A nova estação de tratamento modular da Limeira deve entrar em operação até o final de maio. A ideia é que a capacidade de tratamento da água seja dobrada na região.