Bolsonaro que levar louros por trabalho do Ministério da Saúde, mas desrespeita recomendações
Bolsonaro que levar louros por trabalho do Ministério da Saúde, mas desrespeita recomendações
- Por Raul Sartori
- 01/04/2020
- 13:00
Aposta
O que mais se ouve nas rodas são pessoas dizendo até quando isso vai durar: Bolsonaro fazendo de tudo para levar os louros do magnífico trabalho desenvolvido pelo Ministério da Saúde e ao mesmo tempo tentando, sempre, detonar o isolamento social, por considerá-lo um ônus econômico.
Escudo da ciência
A única alternativa para controle da pandemia é a quarentena total. Este é o parecer de mais de 50 professores e pesquisadores do Centro de Ciências Biológicas UFSC, envolvendo médicos, biólogos, biomédicos e farmacêuticos. Apontam que em SC, desde o início do isolamento social, há resultados eficazes na contenção do contágio. O parecer reforçou a decisão oficial de esticar a quarentena por mais uma semana.
Pimenta nos olhos
Ao sentir um eco reprovador, vindo de seus eleitores, cabos eleitorais e amigos próximos, decorrente de projeto de sua autoria propondo a redução de salários de servidores públicos do Legislativo e Executivo estadual, o deputado Maurício Escudlark apressou-se em pedir à Mesa da Assembleia que ele fosse rapidamente sacado da pauta e remetido às calendas.
Reprovação
Mesmo testado positivo com covid-19, o deputado federal Daniel Freitas (PSL-SC) fez chegar ao Centro Administrativo do Governo um áudio em que exterioriza sua insatisfação com o governador Carlos Moisés por ter esticado por mais uma semana o isolamento social em SC. Freitas defende o vertical, com flexibilizações.
Sangue
O Ministério da Saúde vem reforçando que a doação de sangue é um procedimento seguro, sem prejuízos aos doadores, e deve ser mantida apesar da pandemia. Mas, oficialmente, não tem registros sobre falta de sangue em Estados. Mas o que chama a atenção é um pedido de reforço de estoque de outros Estados para SC, para o tratamento de casos de febre amarela.
Faixa etária
Levantamento do jornal “O Globo”, a partir de dados de 2018 do Conselho Federal de Medicina (CFM), mostra que ao menos um a cada cinco médicos no Brasil tem mais de 60 anos ou mais. Dos 414.831 profissionais da categoria no país, 84.310, ou 20,3%, estão nessa faixa etária. Em SC são 17%. Na outra ponta está Alagoas, 28%.
Ir e vir
Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria Geral da República pede a suspensão de sete decretos estaduais e municipais que travaram o transporte de cargas e de passageiros. A medida pode atingir diretamente dois de SC, um do governador Carlos Moises e outro do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, por fechar as divisas como forma de prevenção e combate ao covid-19. O pedido de liminar foi apresentado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
Lixo na TV
O vácuo de competições esportivas está aumentando a audiência televisiva e do lixo chamado Big Brother Brasil, da Globo, agora impulsionada por jogadores de futebol como Neymar, do PSG, Gabriel Barbosa, do Flamengo, Richarlison, do Everton, e pelo catarinense David Luiz, do Arsenal, apostando em quem deve ficar ou sair daquele circo de horrores.
Manual
Importante escudo nas ações oficiais de combate ao covid-19 em SC, o Ministério Público Estadual elaborou uma espécie de manual de recomendações à Polícia Militar para barrar carreatas contra o isolamento social no estado, que são vedadas pelo decreto que trata da pandemia. Se recomenda a identificação dos responsáveis para se iniciar, imediatamente, ação penal pública.
Comparações
Diante da falta de dinheiro para o combate ao covid-19, se começa a fazer comparações. Em Brasília, por exemplo, a construção do estádio Mané Garrincha, que deve virar um hospital de campanha, custou mais de R$ 2 bilhões. Daria para comprar mais de 30 mil respiradores, equipamento de suma importância no momento.
Embrulho
Há decisões de difícil entendimento, como a de libertar presos para evitar problemas com o covid-19. Perguntar não ofende: lá dentro, sem contato com o ambiente externo e sem receber visitas, não estariam mais protegidos?
Lido, alhures
“O momento é grave. Que tal propor que os conflitos políticos também entrem em quarentena? Por amor ao Brasil”.