Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Luteranos em Brusque – Parte II

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Luteranos em Brusque – Parte II

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Durante os primeiros anos da Colônia, os imigrantes luteranos de Brusque foram periodicamente servidos pelo pastor Hesse, primeiro pároco de Blumenau. Em fevereiro de 1865 chegou Johann Anton Heinrich Sandreczki, de descendência polaca e nascido na Baviera. Foi ordenado pastor no dia 2l de fevereiro l864, em Würtemberg e designado pela missão da Basileia para ser pregador dos colonizadores alemães no Brasil, especificamente para ser pastor na Colônia Itajahy-Brusque. Pastor Sandreczki fez as seguintes anotações sobre a sua chegada a Brusque: Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e, no dia 25/02/1865, me apresentei ao diretor da Colônia, o Barão Maximilian von Schneeburg.

O pastor recém-chegado imediatamente deu início às atividades que o esperavam em Brusque. O primeiro sepultamento, do jovem Gustavo Neuhaus, foi realizado poucos dias depois da chegada do pastor, no dia 23 de março de 1865. O primeiro grupo de confirmandos foi preparado a receber a Confirmação do Batismo, o que se deu no dia 9 de julho de l865 com os seguintes jovens: Friedrich Johann Mohr, Elisabeth Krumenauer, Carolina Werner, Hans Todt, Augusto L. Werner, Loise Feige, Gertrudes Kannengiesser, Sofia Korb, Charlote Jungblut e Ana Wagner. O primeiro matrimônio realizado pelo pastor Sandreczki foi de Johann W. Wandrey e Maria Charlota Johanna Joen, em 1º de novembro de 1865. No dia 25 de novembro de 1865, a comunidade reuniu-se com o pastor Sandreczki e aprovou uma nova Ordem da Comunidade para que em todos os domingos fossem realizados cultos.

Em 1866 o pastor Sandreczki requereu um lote de terras do Governo Imperial para construir o templo e a casa paroquial na Stadtplatz (centro). O pastor Sandreczki agora já conhecia os membros da Comunidade Luterana, formada por 220 famílias e acreditava ser possível iniciar a construção da própria capela. Em 1869, ao dar início à construção da nova capela, o rancho onde se realizavam os cultos já havia desmoronado e a comunidade estava sem casa de oração. O Governo ajudou com uma pequena verba que, somada aos recursos da própria comunidade, possibilitou a construção da igreja, que não era suntuosa, mas digna. O principal ornamento do altar dessa igreja era uma cópia do quadro “A descida da Cruz”, do famoso artista alemão Peter Paul Rubens, doado pela Rainha da Prússia, sua majestade Vitória Adelaide Maria Luísa, esposa de Frederico III, imperador da Alemanha e rei da Prússia, que ainda hoje decora a casa de oração. A obra original se encontra na Catedral de Antuérpia, na Bélgica.

Em 1870 o pastor Sandreczki tomou algumas medidas bastante fortes que não agradaram a Comunidade, a saber, a decisão de que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Mais tarde, essa medida se revelou uma verdadeira bênção para a Comunidade.

Em 1871, foi construída a primeira casa paroquial, de propriedade do pastor Sandreczki que, mais tarde, foi transferida para a Comunidade. As primeiras casas pastorais eram também o espaço para a escola ou a doutrina. A sala da casa pastoral tornava-se um recanto de ensino e doutrinação, preparando para a vida de fé e para a manutenção das tradições.

A nova capela foi inaugurada em 1872 e, no mesmo ano, no dia 14 de julho, a diretoria da Comunidade resolveu que os cultos dominicais seriam realizados na igreja da sede da Colônia. A medida se justificava pela otimização pela centralização do trabalho e a partir de então a realização de cultos em outros lugares só seria autorizada em casos de extrema necessidade.

Fonte: Portal da Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Brusque.

Continua…

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