No dia 21 de junho começa o inverno e, com o friozinho chegando, a dica de hoje é um lugar super charmoso, conhecido como a Suíça Brasileira, com ares europeus devido à sua arquitetura e clima frio.

Campos do Jordão está localizada no estado de São Paulo na Serra da Mantiqueira, é a cidade mais alta do Brasil, com 1.628 metros de altura. A cidade atrai turistas o ano todo, mas é no inverno que ela tem um charme todo especial.

Há diversas atrações turísticas, mas vou contar aqui sobre o meu passeio de um dia por lá. Chegamos à noite, tarde da noite, quase ficamos sem jantar, conseguimos o último restaurante aberto do Centro, We Lounge, bem aconchegante, com mesas ao ar livre com aquecedores para ficarmos quentinhos, com uma banda de rock para animar nossa chegada. Dividimos algumas bruschettas e vinho.

Agora sim, para turistar pela cidade, a ideia é começar pelo Pórtico, além das fotos tradicionais, aproveite para pegar mapas e guias gratuitos da cidade com dicas de eventos e descontos em lojas e restaurantes.

Agora vá até o outro lado da cidade para ir ao teleférico que te leva até o Mirante do Morro do Elefante. A dica é vir cedo, pois costuma ter bastante fila. Lembro-me desse teleférico da primeira vez que fui a Campos e, ele deve ser o mesmo ainda, sem nenhuma manutenção. O que eu quero dizer é que senti falta de um certo cuidado e apelo turístico na atração.

Mas mesmo assim fui me aventurar – sim porque foi radical, principalmente a descida. O cume do Morro do Elefante alcança a altitude de 1,8 mil metros, você terá uma vista privilegiada da cidade. Porém, preciso ser sincera com vocês, o local estava muito malcuidado, foi só realmente para bater fotos no mirante e descer. O acesso ao mirante também pode ser feito de carro.

O parque Capivari – onde está o teleférico – conta ainda com lagoa cheia de pedalinhos em formato de cisne, que costuma sempre ser um passeio delicioso para incluir no roteiro, principalmente com crianças.

Seguimos para a atração que é a marca registrada da cidade, o passeio de bonde. Caminhando uns cinco minutos até a Estação Emilio Ribas, onde começa o passeio. É um bonde antigo, de madeira e, o passeio vai até o pórtico da cidade e volta, com duração aproximada de 50 minutos.

Logo em frente da estação fica a praça de São Benedito, onde muitas vezes há show à noite. Aproveitamos para conhecer a Igreja de São Benedito. Procure ali, do lado da loja de Chocolate Montanhês, o Boulevard Geneve, uma viela que te levará por lojas de lembrancinhas, empórios, chocolaterias. Aproveite para conferir a encantadora arquitetura local.

Ali também está o teto coberto por guarda-chuvas coloridos, o que deixa o local mais charmoso. Quando estiver chegando perto dos guarda-chuvas azuis você chegou na Villa Capivari, o local certo para seu almoço. Minha dica: almoce na Cervejaria Baden Baden, um clássico. Há muitos outros que você pode escolher, mas como eu adoro uma culinária alemã, aproveitei.

Como estávamos de carro, depois do almoço fomos até o bairro Alto Capivari e ficamos passeando para ver as casas, lindas, difícil de escolher qual a mais bonita. A arquitetura lembrando todo o estilo montanhês e também o estilo enxaimel. No caminho aproveitamos para bater mais fotos, com os lindos e grandes hotéis de fundo completando a paisagem.

Já está na hora do café da tarde? As cidades famosas por atraírem turistas no inverno sempre são recheadas de chocolaterias, e não poderia ser diferente. E a ideia de visitar uma fábrica de chocolates? Vá até a Fábrica de Chocolates Araucária para conferir o processo de fabricação dessas delícias. A loja é toda envidraçada, e você consegue ver o pessoal trabalhando. Há também um espaço contando a história do chocolate. E claro né, não vá embora sem provar alguma das delícias, eu provei o chocolate quente, gostei!
Voltamos para o hotel para dar aquela descansadinha.

Aproveito para falar dele, que recomendo. Super próximo às atrações principais e a Villa Capivari. Ficamos hospedados na Pousada Solar d’Izabel, de arquitetura típica das paisagens das montanhas, os quartos super aconchegantes, conta com calefação nos pisos dos banheiros – delícia – e radiadores de calor pelos cômodos, café da manhã bem servido e com louças lindas, o que faz a comida ficar ainda mais gostosa. Além disso, ele também deixa bolos, café e chá na recepção para os hóspedes, e a noite servem sopa. Amei, né.

A noite voltamos para Villa Capivari – você irá passar lá muitas vezes – e acabamos sendo seduzidos pelo Pastelão do Maluf. O local é uma lanchonete e tem a foto e o nome do político, daí já vem a questão, será que o local é dele? Não é, e vou contar a história. Em 2005 Maluf foi visitar a cidade e visitou o Pastelão dos Artistas – como era o nome antes – e acabou se tornando amigo do dono do local. O dono então pediu para utilizar o nome e a imagem dele na pastelaria, ele autorizou, assim rebatizando de Pastelão do Maluf. O lugar tem fotos de diversos artistas espalhadas pelas paredes e, claro, do Maluf. Além dessa história curiosa do nome, ele não é só famoso por isso, e sim por ser um pastel de 32 centímetros de comprimento, preparado na hora, nada congelado, uma delícia.

Quase acabando a visita à cidade, antes de ir embora no outro dia de manhã, paramos no Mosteiro de São João, conhecido por ser a casa das monjas beneditinas, pertencentes à mais antiga Ordem Religiosa do Ocidente. Um lugar onde paz, natureza e religião estão em harmonia, rodeado de belíssimos jardins.

Além da bonita arquitetura e jardins do local, ele é famoso e procurado pois as monjas cantam músicas gregorianas – quem leu a coluna falando sobre os vinhos que descansam ouvindo músicas gregorianas? Legal né! – chamado então de Recital de Canto Gregoriano, que acontece todas as tardes as 17h45, as monjas se reúnem na Capela de São João para cantar a palavra de Deus.

Para mais informações e horários de cantos e missas, entre no site: www.mosteirosaojoao.org.br

Há muito mais na cidade para se conhecer, lugares mais afastados como o Jardim Amantikir, Museu Felícia Leirner, Horto Florestal, Palácio da Boa Vista, Parque Floresta Encantada, entre outros.

Inverno é tempo para conforto, para comida boa e calor, para o toque de uma mão amigável e para uma conversa ao lado do fogo
Edith Sitwell