Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Os mártires do século XXI

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Os mártires do século XXI

Pe. Adilson José Colombi

Nós estamos habituados, quando se fala em mártires cristãos a associá-los aos primeiros séculos do Cristianismo. Mais especificamente, às Primeiras Comunidades Cristãs. Sobretudo, aquelas que foram celeiros de mártires por causa da perseguição, promovida pelo Império Romano. Na verdade, porém, não é bem assim. Em todos tempos, sempre tivemos, homens e mulheres que não tiveram medo, ao contrário, com coragem e audácia deram a sua vida por causa de sua fé na Pessoa e na Proposta de Vida do Cristo Ressuscitado e Vivo: a profissão e o testemunho da Boa Nova do Reino.

Não é diferente, em nossos dias. Em pleno século XXI, há muitas perseguições a cristãos e cristãs, em toda parte. Só para lembrar, no domingo da Páscoa do Senhor deste ano (21/04), em Sri Lanka, enquanto celebravam a Ressurreição do Senhor Jesus, por meio da explosão de bombas, 253 foram mortos e mais de 500 ficaram feridos.

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Talvez, muitos de nós nem sabemos onde fica o Sri Lanka. No meu tempo de estudo de colégio e faculdade, era denominado Ceilão. Sua capital Colombo. É um país asiático que é um autêntico mosaico étnico e religioso. É uma ilha do Oceano Índico, com 65.000 km², população de 21,4 milhões de habitantes. Sofre mais de 30 anos de conflito dos separatistas tâmeis.

A grande maioria é budista (70%), tâmeis (12%), muçulmanos (10%) e os cristãos, em torno de 7%. Estes lutam bravamente para poderem viver a sua fé em suas famílias e comunidades cristãs. Sofrem perseguições contínuas.

Mas, no dia da Páscoa, as comunidades cristãs foram duramente atacadas, justamente, durante a celebração da Missa, o Memorial do Mistério Pascal. Entre as igrejas atacadas está o Santuário de Santo Antônio, na capital Colombo. O templo é um dos edifícios cristãos mais emblemáticos do Sri Lanka e um santuário nacional bastante frequentado.

Tudo isso faz refletir que ainda não conseguimos, no século XXI, saber conviver com as diferenças entre pessoas e grupos humanos. É triste ter que dizer ou escrever isso. O ser humano, de fato, é tardo em entender que um preciso do outro. Ninguém se basta a si mesmo. E o próprio grupo humano também não pode se constituir em uma “ilha isolada”.

Não há mais espaço para esse modo de pensar e agir. Mas, nem todos têm a sabedoria necessária para perceber e viver dessa maneira, isto é, sem preconceitos, exclusões, separações por motivos étnicos, culturais e religiosos. Será que um dia chegaremos lá?! Custo a acreditar! Mas, creio que todos temos que lutar para que isso aconteça, quanto antes.

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Vamos agradecer que entre nós, não chegamos a esses extremos do Sri Lanka, embora algumas pessoas e grupos estejam “ensaiando”. Tentemos viver a nossa vida, testemunhando que é possível caminhar juntos, embora tenhamos visões do mundo, da vida, da história e do próprio Deus diferentes.

Nós, cristãos e cristãs, deveríamos ser os primeiros (as) dar esse testemunho de tolerância e de compreensão mútua no saber viver e conviver, respeitando as diferenças. Diferenças, que desde que estejam a serviço do bem e da paz, são sempre benéficas, enriquecedoras e construtoras da beleza e riqueza das manifestações da criatividade humana.

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