Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

O papa e a robótica

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

O papa e a robótica

Pe. Adilson José Colombi

Alguém pode achar estranha esta relação – papa e robótica. Na verdade, porém, a Igreja sempre se interessou pela Ciência e pelas ciências. Para isso, tem a Academia Pontifícia de Ciências, fundada em Roma, em 1603, com o nome de Academia dos Linces por Frederico Cesi e foi a primeira academia científica do mundo.

A Academia conta com 80 membros, homens e mulheres, de diferentes países e religiões que têm prestado uma contribuição marcante nos seus domínios de atividade científica. São nomeados pelo Papa após terem sido eleitos pelos outros acadêmicos.

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“A Academia Pontifícia das Ciências é de âmbito internacional, multirracial na composição, e não-sectária na escolha dos membros. O trabalho da Academia compreende seis grandes áreas: ciência fundamental, ciência e tecnologia de problemas globais; ciência para os problemas do mundo em desenvolvimento, política científica; bioética, epistemologia”.(Site oficial da Cúria Romana).

Nos dias 25 e 26 de fevereiro de 2019, a Pontifícia Academia pela Vida organizou, no Vaticano, o workshop “Robo-Ética: Humanos, Máquinas e Saúde” para discutir sobre as questões éticas e implicações antropológicas originadas pelo desenvolvimento da robótica; debate passou por temas como a transferência da alma para corpos inorgânicos.

Mas foi lá que cientistas, pensadores da ética e teólogos se reuniram para discutir o futuro da robótica e da inteligência artificial e o que significa ser “humano”. Os tempos atuais pedem uma reflexão séria e profunda a respeito desse tema: o que é ser “humano”. A vida humana está sendo tão maltratada, atacada, ferida, machucada. que pede socorro, cuidado e atenção especiais.

Com efeito, à medida que a inteligência artificial de robôs se torna cada vez mais sofisticada, e eles são encarregados de cada vez mais tarefas antes restritas a humanos, como será que eles responderão aos dilemas morais de nossa sociedade? Como encaixar nossas noções de alma com a presença de robôs cada vez mais parecidos conosco?

Na abertura da reunião, o papa Francisco apresentou uma Carta “à comunidade humana”, na qual menciona o paradoxo do “progresso” e adverte contra o desenvolvimento de técnicas sem antes pensar nos impactos negativos que elas podem ter na sociedade.
Ele também enfatiza a necessidade de se estudar novas tecnologias, sejam elas de comunicação, biológicas, robóticas ou nanotecnologias.

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“Antes de tudo é preciso compreender as transformações que se anunciam nestas novas fronteiras, para identificar como orientá-las ao serviço da pessoa humana, respeitando e promovendo a sua intrínseca dignidade. Uma tarefa muito exigente, dada a complexidade e a incerteza sobre os desenvolvimentos possíveis”, diz a carta de Francisco.

O papa Francisco, fiel à Doutrina da Igreja, alerta para a firme posição de jamais se afastar do centro e do eixo de toda a vida da Sociedade e da Cultura: a dignidade impar da pessoa humana. Afastar-se ou negar esse parâmetro é comprometer toda a vida humana em suas diversas manifestações e seu futuro.

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