Depois dos golpes do achadinho pelo Centro de Brusque, agora os criminosos passaram a utilizar nova prática para fazer vítimas. Desde o início de fevereiro, a técnica do pescador, em caixas eletrônicos, faz com que os envelopes de depósito não caiam no cofre da agência bancária. Pelo menos três ocorrências já foram registradas na Delegacia de Polícia Civil.
O último registro foi na quarta-feira, 5 de fevereiro, quando um segurança de uma agência bancária, no bairro Santa Terezinha, ao fazer vistoria pelos caixas eletrônicos, detectou um dispositivo em um dos terminais. A Polícia Militar foi acionada, recolheu o objeto e levou para a delegacia. As investigações no Setor de Investigação Criminal seguem para identificar os responsáveis pelas ações.
O dispositivo do pescador é feito artesanalmente. Os criminosos utilizam pedaços de barbante com ganchos de pescaria ou adesivos nas pontas. O objeto é inserido no caixa eletrônico, de maneira com que os correntistas não o vejam. Quando o envelope com o depósito é colocado na máquina, ele entra, mas não cai no cofre, ficando preso no pescador. “O comprovante de depósito sai normalmente, fazendo com que a pessoa acredite que a transação tenha dado certo”, informa o major da PM, Moacir Gomes Ribeiro.
Geralmente, os dispositivos captam um envelope por vez. “Assim que a vítima faz o depósito e sai da agência, o criminoso entra e retira o dinheiro, preparando o próximo golpe”, explica o major Gomes. Porém, ele ressalta que, dependendo do material utilizado, pode capturar até dois ou três envelopes. “Os delinquentes ficam monitorando toda a ação dentro da agência. Não só ali, mas nas imediações, para ver a presença de policiais, para que não corra risco de ser pego”, diz.
Técnicas
Pescador – “Normalmente é feito com uma linha de náilon ou fio dental, que seja mais forte. Coloca na ponta um gancho e inserem onde é depositado o envelope. Esse dinheiro fica preso pelo anzol. Quando a pessoa sai da agência, o criminoso entra e puxa pela linha e retira o envelope. Geralmente é um fio mais transparente”, detalha o major Gomes.
Chupa cabra – “É acoplado um aparelho na frente da abertura original onde se insere o cartão. Ao colocar o objeto para fazer uma transação, ele fica travado e a pessoa não consegue retirar. Como é fora do horário da agência bancária, a pessoa deixa para voltar no outro dia. O criminoso, que já está à espera da vítima, retira o aparelho e faz uso de maneira indevida do cartão”, esclarece o major.