Brusque recebe exposição que relembra os tempos em que foi “capital do rock no Sul”

Mostra organizada pela Modeteca da Univali resgata os anos 1980 e será aberta para visitação neste sábado

Brusque recebe exposição que relembra os tempos em que foi “capital do rock no Sul”

Mostra organizada pela Modeteca da Univali resgata os anos 1980 e será aberta para visitação neste sábado

Fotografias, discos, recortes de jornal, fanzines, fitas demo, roupas, bottons, patches: todos esses itens fazem parte da exposição “BQ80: Quando Brusque foi a capital do rock no Sul”, que será aberta para visitação neste sábado, 22, no segundo piso da Livraria Graf.

Organizada pela Modateca do curso de Design de Moda da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), a mostra tem como curadores o historiador Renato Riffel, professor e responsável pela Modateca, e a jornalista Claudia Bia. Com entrada gratuita, a exposição fica aberta a visitação até 24 de outubro.

A ideia da exposição surgiu a partir dos textos da jornalista, publicados em sua coluna no jornal O Município. “Aproveitando os 30 anos do que foi o auge desse movimento, quisemos resgatar o que fosse possível. A proposta é ressuscitar a história, para impedir que ela se perca. Foi um momento tão específico, tão diferente e tão ‘estranho’ que não podemos deixar se perder”, diz Claudia.

Segundo o professor, o movimento punk, que teve início nos anos 1970, em Londres, chegou ao Brasil com um certo atraso. “Na época, tudo vinha com atraso. Chegou a Brusque dez anos depois, já na década de 1980, e diluído em outras referências, como o new wave, o new romantic, o período dito ‘post-punk’. Isso influenciou muito a moda e a música daquele tempo.”

Moda e música estavam muito interligadas na estética punk da época | Natália Huf

O auge desse movimento se deu em 1988, 30 anos atrás, quando existiam o jornal Contracorrente, o bar Amarelo Vinte, as bandas brusquenses e a ligação da cidade com São Paulo, através da banda punk Cólera. “Bandas daqui se apresentaram lá, as bandas de lá vinham a Brusque, existia essa conexão.”

Os jovens brusquenses tinham acesso à essa cultura, principalmente, pelas revistas e pela televisão, através de programas de videoclipes que permitiam conhecer a moda dos ídolos. Segundo Riffel, a estética punk – coturnos, cabelos eriçados, toda a cultura de provocação – veio junto com a estética gótica, e se expressava em Brusque muito através da moda.

“O punk resgata a camiseta de banda, que começou lá nos anos 1950, ainda com o Elvis e mais tarde com os Beatles.” Na exposição, manequins com t-shirts e jaquetas de couro se misturam à autênticos coturnos da época, mostrando o que os jovens vestiam e como se expressavam através do vestuário inspirado no movimento punk.

Colecionando histórias
Através da mostra, a jornalista Claudia Bia tem a esperança de reunir mais histórias e lembranças dessa época, para poder recriar a cena de uma maneira mais completa, para ter, como ela mesma diz, “a história amarradinha” para montar um livro recontando esse momento que Brusque viveu.

“No geral, a mostra é feita de coisas que eu tinha guardada, não digo nem organizada, só guardada mesmo. Outras pessoas também contribuíram, e a parte de moda ficou mais na mão do Renato, que conseguiu peças com pessoas que viveram essa cena”, conta.

Além da própria Claudia, outras pessoas que viveram esse momento também colaboraram com o acervo da mostra. O historiador Renato Riffel destaca a participação de Rodrigo Kormann e Rafael Risch, que, além de itens para a exposição, ajudaram a reviver memórias, relembrar datas e shows que aconteceram em Brusque na época.

Para a jornalista, ver os itens que fazem parte da exposição é quase como reviver esse momento da história: “Está bem interessante, mexer nas coisas e ver outras pessoas vendo, isso faz com que mais memórias e histórias venham à tona. A memória começa a reaparecer, está sendo muito bom, muito divertido.”

Colaboradores ajudaram a reunir itens para o acervo | Natália Huf

Encontros temáticos
No dia 20 de outubro, sábado, a mostra recebe o músico Luiz Thunderbird, que foi VJ da MTV entre os anos 1990 e 2013, e integrou a banda Devotos de Nossa Senhora Aparecida, que se apresentou em Brusque na época. Além desse encontro, a exposição terá também outros eventos temáticos, que serão realizados sempre aos sábados: um painel de discussão sobre as relações entre as letras punk e a literatura; um debate sobre música e moda; uma discotecagem com o melhor som das bandas da época.

A abertura ocorre neste sábado, 22, às 10h, no segundo piso da Livraria Graf, no Centro. O espaço fica aberto à visitação de segunda à sexta, das 8h às 18h, e aos sábados, das 8h às 12h. Excepcionalmente, a mostra fica aberta no sábado, 6 de outubro, das 8h às 17h. Depois de Brusque, a mostra segue como itinerante por espaços culturais de Balneário Camboriú, Itajaí, Florianópolis, Blumenau e Jaraguá do Sul.

Serviço
O que: Exposição “Quando Brusque foi a capital do rock no Sul”
Quando: Visitação de 22 de setembro a 24 de outubro
Onde: Espaço Cultural Graf – Avenida Cônsul Carlos Renaux, 03, Centro
Visitação gratuita
Visitas monitoradas podem ser agendadas pelo e-mail modateca@univali.br

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