O processo de beatificação do fundador da Comunidade Bethânia, Padre Léo, começou em outubro de 2017, quando os padres Vicente, Lucio e Eliton visitaram o bispo da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. Durante a conversa, foi explícita a vontade de tornar Léo um beato, pedido que foi aprovado pelo arcebispo. No entanto, o primeiro passo para beatificação é o pedido de abertura do processo na igreja.
Durante os trâmites, é necessário eleger um responsável pela beatificação. Segundo o Padre Vicente de Paula Neto, a igreja exige que seja criada uma associação que tenha apenas o intuito de beatificar o candidato. A Associação Padre Léo é comandada pelo Padre Lucio Tardivo, vice-presidente da Comunidade Bethânia.
“Tem todo um processo legal que precisa ser feito. Foi contratado um postulador que é uma espécie de advogado, que vai cuidar da causa”, afirma Padre Vicente.
“Essa associação é juridicamente constituída para que todo o trâmite financeiro e administrativo seja exclusivo para a beatificação”, explica Padre Lucio.
A associação tem que prestar conta de todo o dinheiro envolvido na beatificação e, por isso, não pode ter vínculo com outra associação. “É feito um CNPJ próprio, aberta uma conta bancária para beatificação, nada é misturado com outras coisas, como, por exemplo, a Comunidade Bethânia.”
Segundo o presidente da Comunidade Bethânia, a Associação Pe. Léo cuidará da coleta dos testemunhos dos milagres para depois encaminhá-los ao processo de beatificação. “A associação que separa o que é pedido de oração, o que é graça, o que é milagre, são critérios diferentes. O milagre tem que ser algo extraordinário, a graça é de oração mesmo”, relata.
De acordo com Padre Lucio, o processo de beatificação não tem um tempo determinado para acontecer, tudo depende da escolha do milagre e a comprovação dele.
“Se é uma cura, é feito todo um processo de investigação com laudos médicos, aí vem um perito de Roma para atestar se foi constatado uma cura miraculosa por intercessão do beato ou do santo”, afirma.
No entanto, Padre Lucio afirma que cada caso é um caso. Segundo ele, existem diferenças na hora de comprovar o milagre. “Se é a cura de um câncer, então pede-se um tempo pra saber se realmente houve a cura. De repente a pessoa foi curada apenas naquele momento, mas o câncer pode voltar”, pontua.
Atualmente é realizado o processo de fundação da entidade, pois alguns empecilhos na Receita Federal ainda não permitiram a abertura oficial da Associação Pe. Léo. No entanto, já são aceitos os testemunhos de milagres, que podem ser encaminhados por e-mail para testemunhos@padreleo.com.br. O processo já conta com mais de 100 relatos.
Canonização
Segundo Padre Lucio, a canonização – quando o beato torna-se santo – acontece subsequentemente à beatificação e pode ser considerada como “um processo natural”. Ele explica que o mais demorado é o processo de beatificação, devido à abertura da associação e todos os passos que devem ser seguidos.
Para canonização é preciso escolher outro milagre e comprová-lo depois da beatificação. “É até mais simples porque já foi feito todo o primeiro processo”, explica.
Ele também revela que o milagre não precisa necessariamente acontecer após a beatificação, “ele tem que ser comprovado depois”.
Passo a passo do processo de beatificação e canonização
1 – Pedido de abertura do processo
2 – Nomeação de um postulador da causa, ou seja, de um responsável pelo processo
3 – Investigação da vida do candidato (provas de virtudes e fama de santidade)
4 – Solicitação à Congregação para a Causa dos Santos do “nada consta” à Sé Apostólica
5 – Congregação para a Causa dos Santos concede o título de “Servo de Deus” ao candidato
6 – Bispo local institui formalmente a causa da beatificação
7 – Instituição de um tribunal sobre a vida e virtudes do Servo de Deus, com nomeação de um juiz delegado pelo bispo
8 – O tribunal oficializa as declarações das pessoas que enviaram seus depoimentos sobre o Servo de Deus
9 – Encerramento do processo sobre a vida e virtude do candidato. O Vaticano concede o título de “Venerável”
10 – O postulador elege um provável milagre que aconteceu após a morte do Servo de Deus
11 – Instituição do tribunal do milagre
12 – Investigação sobre o milagre atribuído ao Servo de Deus
13 – Envio das constatações à Roma (e comprovação por conselho de especialistas)
14 – Exumação dos restos mortais e translado para uma igreja que seja de fácil acesso à visitação pública e Beatificação
15 – O postulador elege um provável milagre que aconteceu após a beatificação
16 – Instituição do tribunal do milagre
17 – Investigação sobre o milagre atribuído ao Beato
18 – Envio das constatações à Roma (e comprovação por conselho de especialistas)
19 – Canonização
Você está lendo: Conheça o processo para tornar Padre Léo um beato e, no futuro, um santo
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