A
Jornada Mundial da Juventude foi um banho de esperança para quem acredita que o
mundo pode mudar. Jovens de vários países expressaram sua confiança num futuro
melhor. Para um adulto mais experimentado nessa vida conturbada, isso pode parecer
ingenuidade e entusiasmo vão, que não aguentarão os trancos da existência real
e os desafios do dia a dia.

Mudar
o mundo sempre pareceu uma utopia. Muitos imperadores tentaram fazê-lo a força,
impondo sua mentalidade com o poder de seus exércitos. No século XX, os
comunistas imaginaram que finalmente transformariam as coisas, com suas várias
revoluções. Conseguiram apenas banhar a terra com o sangue de suas ditaduras
bizarras, que tolheram a liberdade e deixaram um rastro de atraso por onde
passaram.

Uma
revolução positiva e duradoura tem que ser feita sobre outras bases. A que
parece contagiar essa juventude, que lotou o Rio de Janeiro, começou com um
jovem carpinteiro, de uma cidade inexpressiva. Ele não partilhava das
ideologias políticas de seu tempo, nem se baseava na sabedoria dos “doutos”.
Não escolheu como seguidores “nem sábios, nem ricos”. Simão Pedro, a quem
confiou a continuidade de sua obra, era um pescador rude, analfabeto e já meio
passado da idade. Alguns tinham passado condenável, como Mateus e Madalena.
Outros eram homens e mulheres absolutamente comuns. Foram escolhidos porque o
Mestre percebeu que, desde que tivessem os corações transformados, poderiam
contagiar o resto da humanidade.

Não
são discursos, nem artigos, nem livros que vão mudar o mundo. Se quisermos ter
alguma participação positiva na revolução que o mundo precisa, precisamos
começar a mudar a nós mesmos. Cada um de nós pode ser uma semente dessa
mudança. A semente não precisa se preocupar com o resultado da colheita. Sua
função é cair na terra e morrer para si mesma, para sua preguiça, suas vaidades
tolas, suas tendências inferiores, e frutificar. Para ser medíocre não precisa
fazer nada. Basta relaxar e se deixar levar por esse tsunami gigantesco de
estupidez que compromete o presente e o futuro de tantos jovens.


quem experimenta em si mesmo(a) uma transformação positiva pode crer que o
mundo pode ser melhor, apesar da correnteza que puxa para o lado contrário. Se
eu sou melhor hoje do que era ontem então o mundo já está um pouco melhor. É a
lógica dessa revolução. As sementes que frutificarem vão contagiar o mundo,
como o fermento que leveda a massa e o sal que dá sabor.

Seja
bem vindo(a) a um novo tempo, que já começou.