Você, que navega entre Youtube, WhatsApp e pela Internet afora: já parou para pensar sobre as últimas campanhas da marca Avon? Utilizando mulheres que passam longe do padrão tradicional imposto pela mídia – daquela mulher impossível, fictícia – a marca faz desfilar nas telas outros biótipos e empodera a mulher do nosso tempo.

Notamos que, em grande parte de sua história, a publicidade brasileira representou a mulher através de diversos estereótipos que durante algum momento fizeram parte do subconsciente cultural brasileiro.

Contudo, devido à difusão do acesso à informação e o acesso a tecnologias e plataformas de comunicação online, vive-se na atualidade um processo de evolução na temática feminina: uma parcela de mulheres, muitas vezes feministas, têm reivindicado espaço e representações publicitárias dignas para todas. Tendo assim surgido no Brasil, como uma tendência estrangeira, a publicidade feminista – o femvertising.

Campanha Avon / Foto: Divulgação

No Brasil, o femvertising ainda encontra-se em uma fase de disseminação e de compreensão por parte da sociedade e também das empresas. Em que diz respeito à marca AVON, foi pioneira sobre o tema da publicidade feminista. Ela apropriou-se de temáticas e questões sociais para validar seu discurso e mostra-se atenta ao que acontece na atmosfera social.

O que era conveniente dizer às mulheres dos anos 90 não é mais cabível dizer às novas mulheres – que dividem os espaços físico e virtual de maneira empoderada e incisiva, sendo perceptível a mudança de valores difundidos no discurso e nos mecanismos de manipulação publicitária.

À medida que a publicidade feminina ganha discursos feministas, as empresas que por muito tempo subjugaram a imagem da mulher e ajudaram a reforçar estereótipos negativos, acabam redimindo sua trajetória.

Barbara Kruger – Obra “Nós não precisamos de um novo herói” de 1987 / Foto: Divulgação

Adentramos um momento em que estão sendo reconstruídos os modelos representativos da mulher na propaganda, que buscam se fundamentar sob valores como liberdade, igualdade, pluralidade de belezas e respeito.

É provável que em determinado momento o tema empoderamento feminino e a publicidade feminista não estejam mais em pauta, porém as mudanças neste momento são palpáveis, embora ainda haja muitos paradigmas sociais para desconstruir dentro do universo publicitário feminino.

E você, consumidora empoderada? Qual marca anda fazendo a sua cabeça?