Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - raulsartori@omunicipio.com.br

As Agências de Desenvolvimento Regional farão falta?

Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - raulsartori@omunicipio.com.br

As Agências de Desenvolvimento Regional farão falta?

Raul Sartori

Surpresa e impacto
Como se viu, leu e ouviu, ainda ontem, logo após serem anunciadas, causaram muita surpresa e impacto as primeiras medidas do governador em exercício Eduardo Pinho Moreira. Certamente ouvindo apelo popular de anos a fio contra o que todos sabiam ser um cabide de empregos, salvo raras exceções, resolveu, por decreto, desativar 15 – nas próximas semanas é provável que todas as outras 21 também o sejam – das 36 Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs), cujo custo de manutenção em 2017 foi de R$ 619 milhões, e outras quatro secretarias executivas. Tomou o cuidado de equilibrar as da cota do MDB e do PSD. De cara, serão dispensados os ocupantes de 185 cargos comissionados. Pelo que se observou na entrevista em que anunciou esta e outras medidas, Moreira não quer passar a ideia de rompimento com o governo do qual foi vice-governador até semana passada, mas ter sua própria marca nesses 10 meses de mandato, impulsionado por com uma agenda positiva que catapulte sua candidatura à chefia do Executivo nas eleições de outubro.

Faz falta?
A pergunta que dispensa resposta: as ADRs farão falta? A percepção que se tem é que não, ou quase nada. E as pessoas razoavelmente informadas e apartidárias sabe dizer o motivo: desde seu início, com raras exceções, a proposta, até aplaudida – que era a descentralização administrativa ou “deslitoralização”, como fazia questão de salientar seu idealizador, o então governador Luiz Henrique da Silveira – foi rapidamente modificada de forma que as então SDRs só passaram a servir para acomodar políticos derrotados pelas urnas em cargos comissionados cuja ocupação, quando vão trabalhar, é simplesmente intermediar, quando não contribuir para atrasar, impedir (para adversários) e desviar, recursos do estado.

O cara
Se todos concordam que o cenário para as eleições presidenciais de 2018 ainda encontra-se nebuloso, já é quase um consenso no meio político que ao menos um horizonte é possível enxergar: o de que o próximo pleito será um terreno fértil para os candidatos de fora da elite política, os chamados “outsiders”. O nome desses dias se chama Pedro Parente, presidente da Petrobras, visto como alguém capaz de agradar parte do PSDB, do governo, do mercado e da mídia. Ele tem uma extensa lista de amigos em SC, do tempo em que foi o manda-chuva da RBS. Pode ser o cara, sim. Mas, cadê os votos?

Tudo devagar
É o que dá um governo burocrata, quase parando e deixando estados e municípios angustiados. Somam-se em dezenas os milhões gastos por prefeitos e vereadores que quase todo dia, em comitivas, tem que ir à Brasília tentam destravar projetos enviados, muitos de anos, para diversos ministérios.

Imobilidade
Triste país esse. No momento 99 propostas de emenda à Constituição (PECs), prontas para pauta do Plenário no Congresso Nacional, estão com sua votação suspensa em razão da intervenção federal no Rio de Janeiro. Isso porque a Constituição Federal não pode ser emendada durante a decretação de estados de sítio, de defesa ou de intervenção federal. Entre as PECs estão a da Previdência. Há ainda outras 330 aguardando o parecer de admissibilidade, 128 pela criação de comissão especial, 27 esperando a constituição desse colegiado, sete de parecer em comissão especial e duas do despacho do presidente.

Traição
Deputados das bancadas do PP, PT, PMDB e PSD na Assembleia Legislativa estão batendo no governador licenciado Raimundo Colombo por ter ido ao Supremo Tribunal Federal pedir a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional 72/2016, que aumentou gradualmente os percentuais que o Executivo tem que dar para a saúde, de 12% para 15%, na proporção de 0,5% por ano. A emenda foi patrocinada por mais da metade das câmaras de vereadores do Estado.

Celular bloqueado
O Senado aprovou projeto do senador Paulo Bauer (PSDB-SC), que agora está na Câmara dos Deputados, estabelecendo o direito de o usuário bloquear o uso de celular em caso de furto, roubo ou extravio, assegurada a manutenção do seu número. Atualmente, o usuário que bloqueia o celular tem dificuldades para manter o número, principalmente se está fora da cidade de registro da linha.

Correção
O excelente jornalista Jorge Pontual, da escritório da Rede Globo em Nova Iorque, não é paciente do médico psiquiatra Guido Boabaid May, como informado aqui. Ele é um dos exemplos mais recentes e mais ilustres que já obteve sucesso no seu tratamento guiado pelo teste genético desenvolvido em Florianópolis para depressão, após 40 anos tomando a medicação errada para atenuar a doença.

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