A partir desta semana, teremos um espaço todo especial para abordar a arte e cultura promovidas e produzidas em nossa cidade. É mais uma tentativa de resistir a toda essa avalanche de escândalos, opiniões raivosas e produções midiáticas que sugam nossas energias. Combateremos então com música, poesia e tudo mais que desperta beleza e faz pensar.
Vivemos tempos sombrios nas artes, em que obras são atacadas e governos e instituições buscam ofuscar e, assim, afastar o público delas. Uma tática conhecida na História, mas que ainda surte efeito, e que conta inclusive com alguns artistas e sua desinformação.
Mas como trazer o público para perto, fazê-lo comtemplar, discutir? Lembro de há uns dez anos as pessoas reclamarem muito da falta de opções culturais em Brusque. O que mais se ouvia: “Aqui não tem teatro” ou “Nunca tem nada pra fazer nessa cidade”. Muitas coisas melhoraram. Foi criado um edital público municipal que anualmente oportuniza em média 12 novos projetos, bem como surgiram iniciativas particulares como o Teatro do CESCB, os eventos do SESC, o Cantoria, a Mostra Jogral, o BQ (em)cena, Coletivo Hiato, produtoras de filme, grupos de artes visuais, enfim, houve um movimento interessante. Na parte pública, por meio da Fundação Cultural, formou-se o Conselho de Cultura e foram criados eventos como o Festival de Inverno, a Semana Aldo Krieger, a Feira do Livro, entre outros.
Então, se há opções (muitas delas gratuitas ao público) e acesso aos bens culturais, por quê ainda é tão difícil atrair as pessoas para as plateias? Responda aí, em pensamento, você leitor, você que é nosso respeitável público. Se a resposta for “falta de divulgação”, aí a gente pode conversar mais de perto.
Lieza Neves – atriz, escritora, produtora cultural…