Sérgio Sebold

Economista e professor independente - sergiosebold@omunicipio.com.br

Tráfico de seres humanos

Sérgio Sebold

Economista e professor independente - sergiosebold@omunicipio.com.br

Tráfico de seres humanos

Sérgio Sebold

Segundo convenções internacionais o tráfico de pessoas se conceitualiza pelo “recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de pessoas, por meio de ameaça ou uso da força ou outras formas de coerção, de rapto, (…) ou de dar ou receber pagamentos ou benefícios para obter o consentimento para uma pessoa ter controle sobre outra, para o propósito de exploração.

O tráfico humano é a terceira mais rentável atividade do crime depois das armas e das drogas. Embora venha de tempos remotos, o processo de hoje é o mesmo, apenas com novos requintes de crueldade. Nos tempos modernos, o que mais manchou a história da atual civilização cristã foi o tráfico de negros para a América. Era fácil identificar um escravo pela cor da pele. Nenhum deles veio da África por livre iniciativa. Hoje o tráfico é mais sutil, é espalhado pelos diversos países pela força da globalização, formando uma rede invisível de difícil detecção.

O tráfico humano nem sempre é para fins de escravidão na forma do passado. São pessoas que não tem mais como sobreviver no país de origem, buscam então através de intermediários, de maneira ilegal, chegar a outro que os acolhe.

O atrativo pelo estrangeiro, inato no ser humano é buscar novas oportunidades e experiência de vida. Logo surgem oportunistas para prostituição quando mulheres, o chamado comércio de escravas brancas e de vidas. É o fim da dignidade humana. Infelizmente muitos o aceitam, tal é o desespero diante da falta de oportunidade e da fome. Politicamente este é o preço da desigualdade social.

A atividade desta indústria gera um mercado de 32 bilhões de dólares anuais, correspondendo a 21 milhões de seres humanos negociados. Mulheres e meninas adolescentes correspondem a 55%, os restantes são de homens para trabalhos escravos, tráfico de drogas e milícias de facções políticas em conflito.

Na carruagem da história, os africanos são os que têm a mais triste história de tráfico para fins escravagistas. Nesta sina do destino, com revoltas armadas sem fim da colcha política da África há perda de homens naquelas sociedades tribais, onde as crianças órfãs se tornam facilmente capturáveis. Muitas delas são sacrificadas pelo roubo de seus órgãos, para atendimento do mercado de países desenvolvidos. Para estes fins não há preconceito racial.

Aos sobreviventes da fome e da miséria, traficantes oferecem ilusórios empregos nos países mais desenvolvidos para serem explorados fisicamente. As mulheres – quando tem algum atrativo – e as meninas traficadas são obrigadas a se prostituirem; espancadas, estupradas, passam fome e humilhações por seus “donos” ou gigolôs. Nestas condições levam o fardo das doenças DST e do HIV lhes tirando o sonho de viver; muitas procuram a saída pela fuga ou suicídio; mas, se houver insucesso o inferno será pior do que antes pelos algozes do destino.

Pergunta-se, onde estão as feministas furiosas de apartamento e de academia?

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