João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - joaojoseleal@omunicipio.com.br

14 de Julho, a Festa Nacional da França

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - joaojoseleal@omunicipio.com.br

14 de Julho, a Festa Nacional da França

João José Leal

Na próxima sexta-feira, os franceses sairão às ruas de suas cidades para festejar a queda da Bastilha. É a mais importante festa cívica do país. Com seus mais de 2 mil anos de história, a França não passou por uma guerra de libertação nem ouviu um grito de independência ecoando às margens de um riacho, como aconteceu com as nações do continente americano e com a nação brasileira. Assim, 14 de julho foi a data escolhida para a sua festa nacional.

Como ocorre desde 1789, quando o povo francês tomou conta das ruas e praças de Paris, invadiu e destruiu a Bastilha, prisão-símbolo do Estado absolutista, essa é a data da maior festa cívica da nação francesa. O povo continua saindo as ruas, agora, de forma pacífica e festiva, para lembrar o importante acontecimento que mudou a vida política dos franceses e da humanidade.

A queda da Bastilha foi apenas um capítulo do processo revolucionário, que se desenrolou por mais de dez anos. Porém, ficou gravada na história como o símbolo da luta popular contra desigualdade, a tortura, a opressão e a injustiça de um sistema político que precisaria mudar radicalmente. Assim, a festa de 14 de julho acontece muito mais para comemorar a grande Revolução Francesa, que levou parte da nobreza à degola pela fria e macabra lâmina da guilhotina. E, mais importante, sepultou as bases do Estado absolutista, assentado na ideia de um soberano com poder divino, todo-poderoso, intocável e infalível em suas ações de governo.

Sem dúvida, a Revolução Francesa inaugurou uma nova era política para humanidade. Naquele momento histórico, os revolucionários franceses saíram às ruas para derrubar muros, enfrentar os fuzis e as baionetas de um regime opressor, sustentado num modelo de sociedade constituída pela nobreza e clero, classe social cheia de privilégios e pelo povo, principalmente, camponeses e proletários trabalhadores cheios de fome.

Revolução tem sede de sangue e não se faz sem violência. E, assim, milhares de vidas tombaram nas praças, nas ruas, nas barricadas e, também, no altar sinistro da guilhotina. Tudo para implantar um novo modelo de Estado e de governo eleito pelo povo, para o povo e pelo povo.

Com a Revolução Francesa, a humanidade conheceu a democracia moderna e um extraordinário progresso na forma de governar os povos. Seus princípios fundamentais, proclamados aos quatro ventos – Liberdade, Igualdade e da Fraternidade – representam o que há de mais sublime no campo da ética humana e da vida política e social.

Hoje, temos liberdade, sim, o bastante. Mas, Igualdade é uma ideia longe de ser alcançada. E a Fraternidade? Infelizmente, é ave rara, utopia distante, numa sociedade extremamente individualista. O que anima é que utopia é assim, mesmo distante temos de lutar para alcançá-la.

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