Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Isabel, a libertadora dos escravos

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Isabel, a libertadora dos escravos

Pe. Adilson José Colombi

A princesa Isabel, filha do Imperador Dom Pedro II, foi a primeira mulher a exercer o poder de governo em nosso País. Sempre por motivos de viagens do seu pai. Suas passagens pela chefia do governo, sempre deixaram uma marca. Gestos que sinalam bem sua personalidade generosa e de convicções cristãs profundas. Serviu-se de seu poder decisório, para mostrar ao mundo, sua formação humanitária e cristã.

Em 1871 assinou a Lei do Ventre Livre, no dia 28 de setembro. Com essa lei, estava decretada a libertação de todos os filhos de escravas daquela data em diante. Não poderiam mais ser tratados como escravos. Outro grande gesto desta soberana foi a assinatura da célebre Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. Lei de um único artigo. Foi suficiente para abolir e eliminar para sempre, legalmente, a escravidão no Brasil. É bom ressaltar que tal posicionamento estava em consonância com o pensar e o agir seu pai, o Imperador Dom Pedro II, personalidade sábia, culta e nobre, profundamente inserida em seu momento histórico.

Não foi tranquila e fácil a decisão de assinar essas leis para a Princesa Isabel. Havia uma ferrenha e poderosa oposição do setor agrícola dos grandes fazendeiros que dependiam da mão de obra escrava. E a sociedade e a agricultura brasileiras eram eminentemente rural e a agricultura era a base de toda a economia nacional. A pressão social e política contrária a esses gestos era forte, apesar de toda a pregação e inciativas dos abolicionistas.
Patrocinadas, sobretudo, pelos que militavam no movimento republicano.

Quem é a princesa Isabel? Filha de Dom Pedro II e de Dona Teresa Cristina de Bourbon, princesa da Casa Real das Duas Sicílias, Sul da Itália. Isabel viveu até seus 45 anos de idade, no Brasil e casou com Conde D’Eu. Quando foi proclamada a República, foi expulsa junto com toda a Família Real para a França, onde viveu mais 31 anos. Faleceu em 14 de novembro de 1921. Hoje, seus restos mortais estão sepultados na Catedral de Petrópolis, junto aos túmulos de seus pais e de seu esposo, o Conde D’Eu.

A Princesa Isabel sempre teve excelente reputação e estima do povo. Sobretudo, dos mais pobres e necessitados. Por isso cresceu sua fama de santidade. Inclusive, a Arquidiocese do Rio de Janeira, há tempo, já abriu o processo de beatificação. É interessante também notar que teve sempre uma frequente relação epistolar com os papas de seu tempo, principalmente, com Leão XIII e Pio X.

Outra nota oportuna de lembrar é sua devoção profunda a Mãe de Jesus, Maria de Nazaré. E, neste Ano Mariano, e também da celebração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora, no rio Paraíba, é bom recordar que a princesa Isabel sempre teve uma estima especial a Nossa Senhora Aparecida. Tanto assim que, em 1904, apesar de ter sido banida de sua terra, ofereceu a primeira coroa para a Imagem da Nossa Senhora Aparecida, confeccionada com suas próprias joias.

Isabel deixa até hoje o seu testemunho que, apesar das pressões sociais e políticas contrárias, é possível para um político, no exercício do poder de governo, favorecer os mais necessitados e marginalizados. Basta ter valores e convicções que sustentem esse posicionamento. E Isabel os tinha e os vivenciou!

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