Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Limites: quando e como?

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Limites: quando e como?

Pe. Adilson José Colombi

Observando o modo como o casal de sobrinhos netos educam seus dois filhos (ele com sete e ela com quase cinco anos), me vez refletir a respeito dos limites na educação de uma criança. Consegui perceber, ao vivo, os benefícios de uma disciplina com equilíbrio e sabedoria. São muitas as consequências de tal educação. Chamou-me atenção a maneira de comportar-se nos vários ambientes frequentados, a inteligência desenvolvida, creio acima de sua faixa etária, criatividade impressionante, delicadeza no trato com as pessoas, sem distinção, variedade na alimentação, sem exageros de espécie alguma, hora de comer, dormir, de ver TV, delicadeza e riqueza no comunicar-se, etc.

Salta aos olhos a diferença gritante entre crianças educadas sem limites e com limites, equilibradamente dosados pelos pais (os dois, em sintonia). Aí, nota-se sobejamente a necessidade e a importância que os pais saibam dar limites. E, as crianças parecem gostar e precisar, pois sentem a sensação de segurança e confiança inabaláveis em seus pais. Claro que há limite e limite. É bom ter equilíbrio para não cometer excessos que certamente, como todo excesso será sempre prejudicial.

Grosso modo, limite é tudo o que dá contorno, que dá forma a algo, permitindo clarificar a situação circunstante. Todo o ser humano necessita dele para o seu desenvolvimento harmônico e equilibrado, no seu relacionamento com o mundo, com os outros, com Deus, e assim, pouco a pouco, vai aprendendo a ocupar seu lugar e sua missão, nesta vida. O limite situa, dá consciência de posição ocupada dentro de algum espaço social – a família, a escola e a sociedade como um todo.

Sem dúvida, penso que seja uma das grandes e graves deficiências notadas, de modo especial, nos jovens de hoje. Não são muitos os que conseguem se situar, se localizar adequadamente nos espaços sociais que se sentem envolvidos pelas circunstâncias e situações de suas vidas. Boa parte dá a impressão de se sentirem únicos, “donos do pedaço”, sem se importarem com os demais e com espaço alheio.

A criança necessita de regras, normas. O convívio social exige isso. Tudo isso oferece conforto e segurança. Muita da insegurança e do desconforto, reinantes em nossa Sociedade e nossa Cultura são, em grande parte, carência de limites na educação. É evidente que é preciso uma atenção permanente para não confundir autoridade com autoritarismo. Por isso, dar limites não se resume em imposições e obrigações bem definidas e, às vezes, arbitrárias.

A necessidade e a importância dos limites devem ser sentidos pela criança desde a primeira infância. Por isso, não é a criança que deve “ditar” o ritmo de vida de toda a família, aceitando todos os seus desejos, vontadezinhas. Permissividade total, como certas psicologias propõem. Essa educação forma “ditadores” e os pais tornam-se “reféns” de seus próprios filhos. Muitos ficam sem ação alguma. E os filhos…

Limites: quando? Desde a primeira infância, porque o ser humano necessita deles, a vida toda, em qualquer situação. Sem eles, cria infelicidade e insegurança para si e para os outros. Como? Com equilíbrio e sabedoria, jamais depondo, em hipótese alguma, do tal bom senso, sempre útil e necessário em todos os momentos de nossa vida. Meus sobrinhos netos me pareceram dispor dessas qualidades.

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