8 ou 80: a polarização ideológica
O brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, gerou um verdadeiro cataclisma em nosso país: centenas de manifestações de solidariedade às vitimas aconteceram nas maiores cidades do Brasil e do exterior, mas também circularam vídeos nas redes sociais, a maioria asquerosos, tentando denegrir a atuação política e a vida particular da ativista carioca.
Definitivamente, na política desapareceu o respeito básico pelo próximo, pelo ser humano, e o caso Marielle deixou isto muito claro. Pessoalmente não comungava com seus ideais políticos, mas mesmo assim, respeito a sua coragem de lutar por suas convicções, nesta selva que se tornou a política brasileira. Ideias se combatem com ideias, mas jamais pela eliminação física.
Infelizmente, nos dias atuais, o mundo político está polarizado, cada qual convencido de que a verdade está de seu lado. Poucos apresentam disposição para o diálogo, que nos poderia conduzir a um saudável e equilibrado centro.
Num canto do espectro político está a direita, com uma gama imensa de nuances. Continuam odiando obsessivamente o petismo e seu sonho mais acalentado seria trancafiar a sete chaves Lula e seu grupo no xilindró. A cereja do bolo seria a faixa presidencial para Bolsonaro, ou como consolo, um regime de exceção.
Já o PT e aliados na esquerda, combalidas e na defensiva, continuam detestando os coxinhas e sabem que a única maneira de sobreviver politicamente é eleger Lula presidente da República. Hipótese sempre mais remota com as sucessivas revelações de desmandos e corrupção da era petista.