Carros semi-novos ganham a preferência do consumidor em Brusque
No ano passado, segmento cresceu 6,5% no país; expectativa para 2015 é de expansão ainda maior
Em 2014, a venda de carros seminovos disparou em todo o país. Segundo dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), este segmento teve um crescimento de 6,5% em todo o país no ano passado – quinto avanço anual consecutivo do setor – enquanto que a venda de veículos novos caiu pelo segundo ano seguido.
Em Brusque, o cenário não foi diferente. Revendas e concessionárias de veículos também comemoram o crescimento na procura por seminovos. Em muitas lojas, a venda de carros de ‘segunda mão’ virou a principal fonte de lucro. E a expectativa é que neste ano o crescimento deste segmento seja ainda maior.
“Estamos muito otimistas. Conseguimos bater nossas metas dentro da empresa, e neste ano, o movimento já está maior do que em dezembro. As vendas estão muito boas”, diz o vendedor de seminovos da Renault Automega, Pablo Steffen.
O gerente da Geração Hyundai, Flávio Mathias Piva, afirma que de dezembro para janeiro já houve um incremento de 5% nas vendas de seminovos na concessionária. “A lucratividade do zero hoje está pequena, e está seguro pegar um seminovo, todos com qualidade muito boa e preço acessível”, explica.
De acordo com ele, cerca de 30% da receita da concessionária no ano passado veio da venda de veículos seminovos. “As pessoas estão falando muito em retração do mercado, mas estamos bastante otimistas para este ano. Acredito que o mercado de usados vai crescer ainda mais”.
O gerente de vendas da Ford Dimas, Bruno Peixer Baltazar, afirma que a concessionária também acompanhou o mercado em 2014. “Em todas as lojas da rede, o crescimento na venda de seminovos em 2014 foi de 7,5%. Somente em Brusque, a média foi de 6,5%. Em algumas unidades, o faturamento maior foi dos seminovos e não dos 0km. Temos perspectiva de que será um ano bom para o setor automotivo. Os seminovos estão virando o mercado”.
Corte de incentivos alavancou usados
O fim do desconto do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos 0km, o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) e da taxa básica de juros estão entre os principais fatores que fizeram o mercado de seminovos se sobressair.
O proprietário da Fiat Rivel e presidente da Fenabrave SC, Ademir Antônio Saorin, afirma que a redução de incentivos tornou os seminovos mais atrativos. “Ficou mais caro comprar o carro novo. Principalmente com a volta do IPI para os novos, ficou um preço bastante acessível para o consumidor do seminovo”.
Para ele, a tendência é de que o segmento permaneça na frente em 2015. “A perspectiva da Fenabrave é que o mercado de seminovos continue bem, com crescimento maior do que 2014, e o mercado de novos deve ficar igual ou atingir crescimento de 1% a 2% em comparação com 2014”.
Ilídio dos Santos, presidente da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), o consumidor está procurando oportunidades mais vantajosas para a compra de veículos. “Por isso, vem optando pela escolha de seminovos que oferecem praticamente os mesmos benefícios de um carro novo, mas com custos menores e até garantias originais, em alguns casos. Essa procura cada vez mais por seminovos deve se expandir neste ano, já que a oferta de crédito e financiamento para a aquisição de veículos seminovos também deverá aumentar. Estamos otimistas com isso”.
Segundo a Fenauto, durante o ano de 2014, o setor de seminovos e usados foi responsável pela comercialização de 13.357.296 de unidades, contra 12.460.388 em 2013. Foram 8.233.497 de automóveis, 1.851.760 comerciais leves, 347.105 comerciais pesados, 2.826.149 motos e 98.785 de outros tipos.
Consumidor mais exigente
Na busca pelo novo carro, o consumidor também tem se tornado mais exigente. Hoje, revendas e concessionárias são unânimes, a preferência é pelos seminovos que contém, pelo menos, dois itens adicionais: ar condicionado e direção hidráulica.
“O mercado de seminovos já é consolidado, por isso, o consumidor está deixando o veículo 0km por seminovos com ar condicionado e direção hidráulica. Estão muito mais exigentes. Hoje, temos veículos com esses dois itens com preços muito acessíveis, por isso, está valendo a pena”, diz o vendedor da Uvel, Jean Carlos Rodrigues Teixeira.
Hoje, um veículo é considerado seminovo se o modelo é de 2014 até 2010, dependendo da quilometragem. O preço de um carro seminovo em Brusque varia de R$ 18 mil a R$ 30 mil.