Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

150 Anos da Imigração no Brasil – Brusque – Parte III

Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

150 Anos da Imigração no Brasil – Brusque – Parte III

Rosemari Glatz

No século XIX, sob o domínio dos impérios da Rússia, Prússia e Austro-Húngaro, a Polônia sofria todo tipo de dificuldades provenientes da falta de independência e exploração por parte dos opressores. Sem as reformas necessárias na área rural, com grandes latifúndios e excesso de mão de obra, graves problemas sociais começaram a surgir. A miséria, a fome, a falta de quaisquer esperanças de mudança na vida dos mais pobres igualmente era um fator importante na procura de uma nova “terra prometida”.

Alta Silésia: de onde emigraram os poloneses que vieram para Brusque

Stare Siołkowice, região de onde, no ano de 1869, emigrou o primeiro grupo de polacos para o Brasil – especificamente para Brusque -, fica na Alta Silésia, entre os rios Oder e Vístula, sudeste da Silésia. Até 1945, a maior parte da Alta Silésia pertencia à Alemanha. Spisila (2019) registra que, durante o período de ocupação da Polônia, os Impérios da Rússia, Prússia e Austro-Húngaro procuraram enfraquecer a cultura polonesa, proibindo o ensino do idioma polonês e do catolicismo. As perseguições levaram ao empobrecimento e à miséria da população. Lavradores ficaram sem as suas terras. Concomitantemente, a Alta Silésia teve considerável desenvolvimento industrial e houve migração de muitas pessoas para a região, principalmente de alemães. Na parte da Alta Silésia onde se localiza Stare Siołkowice, a maioria da população falava o idioma polonês e pertencia a religião católica romana.

A província da Silésia

Desde 1740 a Silésia já integrava o reino prussiano, em 1815 se tornou como uma província oficial e, em 1871, quando a Alemanha foi unificada, a Silésia se tornou parte do Império Alemão. Em 1918, depois de longos 123 anos, a Polônia recuperou sua independência e reapareceu no mapa político da Europa.

Em 1919, como integrante do Estado Livre da Prússia, dentro da Alemanha de Weimar, a Silésia foi dividida nas províncias da Alta Silésia e Baixa Silésia. Mas as coisas ainda não estavam pacificadas por lá, e entre 1919 e 1921 ocorreram três revoltas silesianas. Entre 1938 a 1941, a província da Silésia foi reunificada brevemente pela Alemanha nazista, unindo as províncias da Alta Silésia e da Baixa Silésia. Enquanto que, na Alta Silésia, a maior parte da população era católica e falava o polonês, na Baixa Silésia se falava mais o alemão e a maioria era luterana, incluindo a capital Wrocław, então conhecida como Breslau.

O impacto da Segunda Guerra Mundial

Spisila (2019) informa que antes da Segunda Guerra Mundial, a Silésia era habitada por alemães, poloneses e tchecos. Em 1905, um censo mostrou que ¾ da população da Silésia era alemã e ¼ polonesa. Em 1939, a Silésia foi ocupada pela Alemanha, e os silesianos poloneses foram massivamente mortos ou deportados. Depois da conquista da Polônia, a fronteira foi estendida para o leste quando partes da Silésia polonesa se fundiram à província. Em 1941, ainda durante Segunda Guerra Mundial, a província da Silésia foi dividida novamente em Alta Silésia e Baixa Silésia.

Durante e depois da segunda guerra, a maioria dos silesianos de língua alemã fugiu da Silésia. Foram retirados, expulsos ou emigraram, embora uma minoria ainda permaneça por lá. Um grande grupo de silesianos hoje vive na Alemanha, pois uma parte ocidental menor da antiga província da Silésia situa-se nos modernos estados alemães da Saxônia e Brandemburgo.

Em 1945, após a implementação da linha Oder-Neisse, resultante do Acordo de Potsdam, a maior parte da província da Silésia da Prússia tornou-se parte da Polônia, parte ficou para a República Checa e uma pequena parte para a Alemanha.

Continua na coluna do dia 27 de setembro.

Fonte: SPISILA, Marcos. Imigração e Desenvolvimento da Família Spisla.

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